Frases de Inês Pedrosa
A separação pode ser o ato de absoluta e radical união, a ligação para a eternidade de dois seres que um dia se amaram demasiado para poderem amar-se de outra maneira, pequena e mansa, quase vegetal.
Não há memória mais terrível do que a da pele. A cabeça pensa que esquece, o coração sente que passou, mas a pele arde, invulnerável ao tempo.
"Arrumei os amores, é a primeira regra da vida - saber arquivá-los, entendê-los, contá-los, esquecê-los.
Mas ninguém nos diz como se sobrevive ao murchar de um sentimento que não murcha."
Porque afinal eu amei um homem, um só. Como se ama a Deus - com aquela certeza desesperada de que era aquele, e de que nunca me seria possível viver com ele.
A cultura é uma forma de pensar e trabalhar sobre todas as coisas da vida e não um berloque que se põe e tira de acordo com as circunstâncias.
Todo o amor é póstumo; enquanto o vivemos tem a impiedade do sol, que tudo mostra, ou seja, tudo esconde. O amor vivo é uma roda de alegria e dor, conforto e tédio.
É melhor haver uma democracia pobre, suja, esfarrapada, do que uma ditadura opulenta. A democracia magoa, zanga-nos, dá trabalho - é como o amor. Um infinito de esperança em desilusão permanente. Do mal o menos. Antes um amor magoado do que amor nenhum. A ditadura é esse sossego do amor nenhum - os dias iguais e silenciosos.