Frases Guedes
Se todos fossem brutalmente honestos uns com os outros, estaríamos imersos num mar de tragédias silenciosas, onde palavras afiadas seriam as únicas ferramentas de interação.
As ilusões são nossas defesas, resguardando-nos da insanidade, estimulando até o mais sábio dos idiotas.
Tu és amazônida até a alma, teus relevos como serras que ocultam o sol ao romper do dia, teus olhos, negros como o rio, teus cabelos longos, contos que seduzem. Teu maior pecado ? Ter surgido em terras distantes, como uma lembrança esquecida.
Olhos refletindo o rio, corrente profunda
Tu és Manaus, cabelos, pele morena
ardente, perigosa, nas noites tempestuosas
Há quem te ame, há quem te odeie apaixonadamente.
A menina do mercadinho da esquina, com o sorriso de desafio.
Cada vez que a vejo, me perco nos traços do seu rosto e dos fios de seus cabelos, minha mente se desnuda e corre por outras sinuosidades.
É como uma explosão íntima, apenas com o encontro de olhares.
O poder do intelecto é que você pode estar robusto, frágil, na miséria ou na riqueza e ainda assim será sempre intrigante.
Caminho sobre a ponte da travessia final mirando a selva amazônica, observo sorrisos desesperados e pálidos, diante desse espetáculo.
Nenhum paraíso resplandece quando enfermidades corroem as raízes internas.
Conheço tua alma, não és santa, minha musa. Navegamos nesse mar de libertinagem, cobiçados e solitários. Encanta-me com teus artifícios de sereia e vamos mergulhar juntos; uma saga de dois canalhas irresistíveis.
Não é talento, são tragos de café, com aroma enfeitiçante, entrelaçados nos cachos ondulantes e sedutores dessas águas.
Nessas voltas e reviravoltas, pisando sobre tábuas rangentes, eu me acostumei com a exuberância dessas plantas; as vitórias-régias são lendas que acendem meu juízo.
Tudo que é majestoso e rústico, carrega em suas curvas os elementos poéticos essenciais para a inspiração e a construção de uma obra-prima.
Ela me mandava fotos suadas e cruas,
cada imagem um soco na alma,
eu, desejando a arte como válvula de escape,
em toda sua plenitude,
compor melodias, dar vida às telas,
mas não sou Mozart, nem Da Vinci
no fim, só me restam estas palavras banais e pesadas.
Vagueio pelos relevos dos contornos da mãe natureza
com sua floresta devastada
desolada
eu beijo cada pedaço desta terra inundada
O fogo voraz que a consome é
intenso.
Parabéns, rapaziada, pela marca
dos trinta anos, três décadas de trajetória.
As canções de rádio do velho boteco ganham significado agora.
Esse rosto teu
quero-o eterno na minha jornada
em telas manchadas
traços borrados
em rochas esculpidas
em filmes sem censura
ou nas linhas sujas dos meus contos mais obscenos.
Minha missão nas entranhas do tempo ?
Não trilhar sozinho na mata densa, no caminho coberto de folhas caídas, em direção aos corredores do hospício.
Quero escapar rumo ao mar
perder-me na brisa que abraça
perseguir outras essências
busco a nostalgia que dilacera o coração.