Frases de Fernando Pessoa e seus Heterônimos

⁠Sentir é criar.

⁠Ver muito lucidamente prejudica o sentir demasiado.

⁠Há entre mim e o mundo uma névoa que impede que eu veja as coisas como verdadeiramente são — como são para os outros.
Sinto isto.

Escrevo embalando-me, como uma mãe louca a um filho morto.

⁠Os paquetes que entram de manhã na barra
Trazem aos meus olhos consigo
O mistério alegre e triste de quem chega e parte.

⁠Recordemo-nos sempre de que sonhar é procurarmo-nos.

Vive a tua vida. Não sejas vivido por ela.

Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...

⁠Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.

O homem é um cadáver adiado!

Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflete o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre. [adaptado]

" As coisas sonhadas só têm o lado de cá… Não se lhes pode ver o outro lado… Não se pode andar à roda delas… O mal das coisas da vida é que as podemos ir olhando por todos os lados… As coisas de sonho só têm o lado que vemos… Têm amores só puros como as nossas almas."

Falaram-me em homens, em humanidade,
Mas eu nunca vi homens nem vi humanidade.
Vi vários homens assombrosamente diferentes entre si,
Cada um separado do outro por um espaço sem homens.

Realidade
"A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios..."

Estás só...
Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge.
Mas finge sem fingimento.
Nada esperes que em ti já não exista.
Cada um consigo é triste.
Tens sol, se há sol, ramos se ramos buscas.
Sorte se a sorte é dada.

Kill the killer.

Odiamos o que quase somos.

Pode alguma coisa ser mais imunda, mais suja do que um porco? Se estivermos a falar de coisas externas, não.

Não haja medo que a sociedade se desmorone sob um excesso de altruísmo. Não há perigo desse excesso.

O misticismo é apenas a forma mais complexa de se ser efeminado e decadente. O único lado útil da inutilidade.