Chamamos loucura a essa doença dos órgãos do cérebro que impede um homem de pensar e de agir como os outros. Não podendo gerir seus bens, é interdito; não podendo ter ideias de acordo com a sociedade, é excluído; se for nocivo, é enclausurado; se for furioso, trancafiam-no.
CHANDON, Louis Mayeul. Mémoires Pour Servir à L’Histoire de M. de Voltaire (1785).
Nota: Apesar de ter feito a metáfora com os espinhos certa vez, o pensamento não se encontra nos escritos de Voltaire. Ele foi atribuído ao filósofo pelo biógrafo francês Louis Mayeul Chandon.
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Vi tantas coisas extraordinárias, que para mim não há mais nada de extraordinário.
A originalidade nada é senão sensata imitação. Os escritores mais originais tomam emprestado uns dos outros. As ideias que encontramos nos livros são como fogo. Arrancamo-lo da casa dos vizinhos, alimentamo-lo em nossa casa, transmitimo-lo a outros, e ele passa a pertencer a todos.
Tal é a fraqueza do gênero humano e tal a sua perversidade que, indubitavelmente, é melhor que ele seja subjugado por todas as superstições possíveis, desde que não venham a causar assassinatos, do que viver sem religião.