Deus é a substância de tudo,
e tudo é Sua manifestação.
O vazio não é
a ausência de Deus,
mas a Sua invisibilidade.
Quem ora a Deus,
ora a si mesmo.
E faz milagres
como um Deus finito.
A cada dia que acordamos, começa a eternidade.
O povo é um rebanho sempre a procura de um pastor. Mas, quase sempre, não sabe escolher o pastor.
O verdadeiro mago é quem faz de sua vida um contínuo encantamento.
A ignorância é também uma das causas da tranquilidade.
Se pudéssemos prever tudo, perderíamos o prazer do inédito.
Pior que o amor perdido
é o amor que não foi dado.
O saber confere erudição. Mas só a compreensão transforma o vasto saber em sabedoria.
As religiões são as maiores fontes de mistérios. E subsistem por causa deles.
A humildade é também uma forma sutil de poder. Uma pessoa externamente humilde e famosa por sua humildade se transforma, aos olhos dos outros, em um ser superior.
A vaidade é sempre sincera. A modéstia, nem sempre.
Ninguém se finge de vaidoso. E há os que se envaidecem de sua própria vaidade.
Toda a propaganda em prol da verdade jamais a tornou apetecível, a não ser convencionalmente. A mentira, embora publicamente combatida, continua sempre forte, vivendo na sua clandestinidade social.
Não se compartilha a solidão. A solidão é indivisível.
O presente nunca é puro:
há sempre as nódoas do passado.
Um dia, volveremos ao infinito.
Onde estaremos? E o que seremos?
O nada do infinito não responde,
pois não há ninguém para escutar.
De tudo somos possuídos:
coisas, pessoas e idéias.
Mas só a morte nos possui de vez.
O passado cresce como musgo
nas paredes do presente,
até que não haja paredes
livres para o presente.
Até que não haja presente
e nem existam paredes.
Nada há que segurar.
O vazio é que sustenta
mundos,
seres
e coisas.
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