Frases de Valter da Rosa Borges

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Tudo não pára de viver,
tudo não pára de morrer.
Eis a imortalidade!

O tempo nem sempre apaga
as nódoas do já vivido,
principalmente o sofrido
e as fundas marcas do amado.

O passado tem muitas portas
e, nele, nos perdemos muitas vezes,
sem encontrar a porta do presente.

Eu só serei definitivo
quando morrer.

Toda biografia é, na verdade, uma sucessão de pessoas semelhantes e, em outros momentos, também diferentes.

Poucos resistem ao fascínio de obter sucesso, e ao fascínio do sucesso, quando obtido.

O esquecimento é maior que a morte,
porque termina o que a morte começou.

Falamos do que não sabemos,
porque a morte nos espanta
e dói a mortalidade.

O que é ser imortal?

Um vazio pulsante é o que somos,
vivendo na ilusão da solidez.
Matéria são vazios que colidem.
As formas são momentos do vazio.
Tudo é mudança.
Mas, o que dirige
a universal mudança do vazio?

O vento sabe todos os caminhos,
mas não deixa seus rastros nas areias.

A verdade é uma força. Mas, sempre há o perigo de a força se disfarçar em verdade.

O sempre e o nunca são criações do homem desejoso de impor leis à natureza.

O sonho é o nosso modo
de caminhar sem o corpo.

O corpo pouco nos leva:
somos nós que o arrastamos.

Queremos ver mais que os olhos,
ouvir mais que os ouvidos,
e exercer a onipresença,
em qualquer lugar do mundo.

Uma estátua, por mais bela,
não se equipara
à pessoa mais humilde.
Uma simples planta no jardim
é mais formosa
do que qualquer natureza morta.

O silêncio também é voz.
É aquilo que não foi dito,
porque, se dito, era pouco.
O silêncio não se mede
pela medida da frase.
Excede qualquer semântica.
Não é dicionarizável.
No princípio era o verbo,
mas antes dele o silêncio,
anterior ao princípio.

Não somos influenciados apenas pelas nossas ações, mas também pelos nossos sonhos.
O homem é um compósito de fatos e sonhos.

A desobediência, em certos casos, é o exercício da liberdade.
Quem sempre obedece, não é livre.

Saudade do que fiz.
Saudade do que não fiz.
Não sei qual delas persiste mais!

As religiões são oficinas da loucura quando produzem mártires, suicidas e assassinos.

Matar ou morrer em nome de Deus é a mais perigosa de todas as psicoses coletivas da humanidade.