Frases de Valter da Rosa Borges
A solidão procurada.
A solidão consentida.
A solidão imposta
e aberta como ferida.
A solidão com tantos.
A solidão sem ninguém .
A solidão, companhia
para o mal e para o bem.
A solidão que estimula.
A solidão que amofina.
A solidão construção.
A solidão só ruína.
Quem anseia pelo aplauso do povo, mesmo que seja um erudito, não é um sábio. O sábio não busca a aprovação popular.
São as tintas dos olhos
que dão as cores ao mundo.
Com elas, pintamos sonhos
e fatos nunca vividos.
Os olhos fazem os sonhos
com a matéria do visto
do não-visto e do imprevisto.
O máximo de liberdade
ocorre na solidão.
A liberdade menor
é partilhada com os outros.
Mas, sem eles, de que serve
a máxima liberdade
estéril da solidão?
Escrever é uma forma
de deixar a nossa alma
preservada nas palavras,
no corpo de cada livro,
fazendo parte da mente
das pessoas que nos lêem.
Quem escreve, clona a alma.
Existe a vaidade de ter, mas também a vaidade de dar e de gastar.
A vaidade é a auto-satisfação que decorre da presunção de que se é admirado.
A modéstia ostensiva nada mais é do que a vaidade disfarçada.
Não chore as flores que murcharam:
elas já cumpriram seu papel.
Reverencie as flores que florescem,
porque, na sua essência,
elas são as mesmas flores
que morreram.
O sol de fim de tarde pouco aquece.
Em tudo sopra uma saudade fria.
Recolho os sonhos e recolho os fatos:
todos serão iguais no anoitecer.
O mundo é feito por nós.
Nós somos os nós do mundo
e em tudo estamos atados.
O eu sem nós não existe.
A morte é o eu desatado.