Perdoar aos nossos inimigos as suas virtudes – este, sim, é um grande milagre.
Um dos méritos da poesia que muita gente não percebe é que ela diz mais que a prosa e em menos palavras que a prosa.
Não é o amor que se deveria pintar de olhos vendados, mas sim o amor-próprio.
O amor-próprio é um balão cheio de vento, do qual saem tempestades quando o picam.
Os reis são para os seus ministros como os cornudos para as esposas: nunca sabem o que se passa.
Não há prazeres verdadeiros senão com necessidades verdadeiras.
Quem não tem o espírito da sua idade, da sua idade tem todo o infortúnio.
O homem nasceu para a ação, tal como o fogo tende para cima e a pedra para baixo.
Aquilo a que chamamos acaso não é, não pode deixar de ser, senão a causa ignorada de um efeito conhecido.
Convém ter uma religião e não crer nos padres, assim como convém fazer um regime e não crer nos médicos.
Não será uma vergonha que os fanáticos sejam zelosos e que os sábios se desmazelem?
A história é apenas uma série de crimes e desgraças.
Ideias são como barbas: o homem só tem uma quando ela cresce.
Se Deus nos criou à sua imagem, vingámo-nos definitivamente.
A amizade de um grande homem é um benefício dos deuses.
Só os trabalhadores é que sabem qual é o preço do tempo; sempre dele se fazem pagar.
A originalidade não é mais do que uma imitação criteriosa.
Ai dos feitores de traduções literárias que, ao traduzir cada palavra, enfraquecem o sentido! Este é bem o caso em que se pode dizer que a letra mata e o espírito vivifica.
Os preconceitos, meu amigo, são os reis do vulgo.
A pátria é nos lugares onde a alma está acorrentada.
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