Frases de Rubem Braga

Cerca de 15 frases de Rubem Braga

Há um grande vento frio cavalgando as ondas, mas o céu está limpo e o sol muito claro. Duas aves dançam sobre as espumas assanhadas. As cigarras não cantam mais. Talvez tenha acabado o verão.

Rubem Braga
BRAGA, R., A Cidade e a Roça, Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1964

Tudo o que nos separava subitamente falhou.

Rubem Braga
BRAGA, R., Os Trovões de Antigamente: Crónicas, Livros do Brasil, 1973

Sou um homem quieto, o que eu gosto é ficar num banco sentado, entre moitas, calado, anoitecendo devagar, meio triste, lembrando umas coisas, umas coisas que nem valiam a pena lembrar.

Rubem Braga
BRAGA, R., Um Cartão de Paris, 1997

Acordo cedo e vejo o mar se espreguiçando; o sol acabou de nascer. Vou para a praia; é bom chegar a esta hora em que a areia que o mar lavou ainda está limpinha, sem marca de nenhum pé. A manhã está nítida no ar leve; dou um mergulho e essa água salgada me faz bem, limpa de todas as coisas da noite.

Rubem Braga

Nota: Publicado na Folha da Tarde, sábado, 13 de novembro de 1954

Desejo a todos, no Ano-Novo, muitas virtudes e boas ações e alguns pecados agradáveis, excitantes, discretos e, principalmente, bem-sucedidos.

Rubem Braga
As boas coisas da vida. São Paulo: Global, 2020.

Nota: Trecho da crônica Votos para o Ano-Novo.

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Sentiu uma coisa boa dentro de si, uma certeza de que nem tudo se perde na confusão da vida e que uma vaga mas imperecível ternura é o prêmio dos que muito souberam amar.

Rubem Braga
BRAGA, R., Melhores Contos, Global Editora, 2001

Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo...

Rubem Braga

Nota: Trecho do texto "O Desaparecido"

A dor do amor tem de repente uma doçura, um instante de sonho que mesmo sabendo que não se tem esperança alguma a gente fica sonhando.
(em "Amor e outros males".)

Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me acontece essa tristeza; mas também não era a vez
primeira.

"... fazendo saber aos transeuntes: 'Atenção! lá vou eu, sou a gravata alegre anunciando que este homem acordou de coração vivo e peito limpo e que ele agradece ao Sol o brilho que vê nas folhas das árvores e na curva das ondas”.

( in "Manhã de Sol". Manchete,Dez/1960.)

Inserida por portalraizes

⁠Respeitemos a morna paz desse brejo noturno onde fermentam coisas estranhas e se movem monstros informes e insensatos.

Inserida por AnaLuAna

⁠A infância não volta, mas não vai – fica recolhida, como se diz de certas doenças. Pode dar um acesso.

Rubem Braga
Coletânea Rubem Braga. São Paulo: Global Editora, 2020.
Inserida por pensador

Bem-aventurados os que fazem o Carnaval, os que não fogem nem se recolhem, mas enfrentam as noites bárbaras e acesas, bem-aventurados os gladiadores e Césares e chiquitas e baianas, e que a vida depois lhes seja leve na volta do sonho em que se esbaldam!

Rubem Braga
200 crônicas escolhidas.

Nota: Trecho da crônica Os romanos.

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Inserida por pensador

É um pouco aflitivo pensar nisso, e imaginar que, acima dos gestos e das palavras, o sentimento talvez valha alguma coisa; e que a ternura e o bem-querer devem ter um instinto certo e tocar naquelas zonas indefiníveis da alma em que nem os analistas conseguem explicar nada. Ora, pois; mesmo às cegas, burramente, amemos!

Rubem Braga
BRAGA, R., Um Cartão de Paris, 1997

Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem. A vida é rapina. Perdi os cantos do meu canário e os assovios de meu sofrê; meu coração está mais triste, mas mais leve também.

Inserida por Filigranas