Frases de Poetas Portugueses

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Quero ser eu, simplesmente,
Sem tal passado nos ombros
E tais futuros na frente

Inserida por dia_marti

Mas também eu vim caindo,
Do trono que tinha outrora,
Ao desespero de agora
Deste meu fim nunca findo.

Inserida por dia_marti

E aquele senhor poeta
Que anda bêbado na rua,
(...) Contenta-se com tão pouco
Porque diz, bêbado e rouco
Que os seus poemas de louco
Poderão salvar o mundo!

Inserida por dia_marti

Uma só vez nesta vida,
Quisera, em metro e medida,
Dizer a velha ferida
Que me queima, devagar!

Inserida por dia_marti

Em mim que há calamidades,
Naufrágios, incêndios, guerras,
Longas ausências, saudades
Das caras pátrias cidades
E do sonho de outras terras...

Inserida por dia_marti

Em que eu vivia,
E vivera,
Como se fizesse um poema

Inserida por dia_marti

Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
...Sei que não vou por aí!

José Régio

Nota: Trecho de "Cântico Negro" de José Régio

Inserida por Jorgeane

Ah! Não me dêem piedosas intenções.
Sei que não vou por aí.

José Régio

Nota: Adaptação de trechos de "Cântico Negro" de José Régio

Inserida por tatankamon

Que enche o sono de pavores,
Faz febre, esfarela os ossos,
Dói nos peitos sufocados,
E atira aos desesperados
A corda com que se enforcam
(...)
Coisas que terei pudor
De contar seja a quem for

Inserida por dia_marti

De tal maneira me tinham
Ao fugir-me
A mim, que tanto esperava
Ser fiel
E forte
E firme,
Que não era mais que morte
A vida então vivida
Auto- cadáver...

Inserida por dia_marti

Lá vão essas vidas ocas
A fingir que são verdade

Inserida por dia_marti

Um sonho sem realidade
Sonhar que o homem melhora

Inserida por dia_marti

"Mas se Deus é as flores e árvores
e os montes e sol e o luar,
então acredito nEle,
então acredito nEle a toda a hora".
(Fragmentos extraídos do livro “Fernado Pessoa – Obra poética II” – Organização: Jane Tutikian – Editora L&PM, Porta Alegre – RS, 2006).

Em rigor a modéstia é virtude comum aos dois sexos e o pudor, uma espécie mais delicada que é privativa da mulher

Viagens na minha Terra

O marquês do F¹.
(F¹ - D. Domingos Antônio de Sousa Coutinho.)

Foi um dos homens mais extraordinários e português mais notável que tenho conhecido, aquele fidalgo. Era feio como o pecado, elegante como um bugio, e as mulheres adoravam-no.

Viagens na minha Terra

Eu amo a charneca.
E não sou Romanesco. Romântico, Deus me livre de o ser - ao menos o que na algaravia de hoje se entende por essa palavra.

Viagens na minha Terra.

Há livros, e conheço muitos, que não deviam ter títulos, nem o título e nada neles.
E há títulos também que não deviam ter livro, porque nenhum livro é possível escrever que os desempenhe como eles merecem.

E quando nas águas os ventos suspiram,
São puros fervores de ventos e mar:
São beijos que queimam... e as noites deliram,
E os pobres anjinhos estão a chorar!

Ai! quando tu sentes dos mares na flor
Os ventos e vagas gemer, palpitar,
Porque não consentes, num beijo de amor,
Que eu diga-te os sonhos dos anjos do mar!

E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.
Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste.
Não vejo, sem pensar.
Não há sossego - e, ai de mim!, nem sequer há desejo de o ter.

(Livro do Desassossego - Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa)

Névoa

A névoa envolve a montanha,
Húmido, um frio desceu.
O que é esta mágoa estranha
Que o coração me prendeu?

Parece ser a tristeza
De alguém de quem sou ator,
Com fantasiada viveza
Tornada já minha dor.

Mas, não sei porquê, me dói
Qual se fora eu a ilusão;
E ha névoa em tudo o que foi
E frio em meu coração.