Frases de Poetas Portugueses

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O que é o remorso? É a reação da virtude contra o crime.

Inserida por AdagioseAforismos

A virtude é a censura prática do crime.

Inserida por AdagioseAforismos

No homem gasto vão-se as ilusões e fica a experiência.

Inserida por denilsondac

O melhor amigo é o dinheiro. Conselhos, os melhores é o dinheiro que os dá.

Inserida por EmOutrasPalavras

O muito dinheiro pode dar a um galego alma de príncipe, e a miséria pode dar a um príncipe alma de galego.

Inserida por EmOutrasPalavras

A comédia, para sair boa e prestante como corretivo, deve ser um espelho em que o espectador veja os seus ridículos.

Inserida por EmOutrasPalavras

Dor que se expande em soluços, que rejeita consolações impotentes e não espera nada dos recursos ordinários, mata depressa, ou depressa se desvanece.

Inserida por EmOutrasPalavras

Há dores silenciosas, que nos incutem respeito, quando o que as sofre não pede compaixão para elas.

Inserida por EmOutrasPalavras

Orou por vezes, com seriedade tal de princípios, que não servem para romance os seus discursos.

Inserida por josue_cavalcante

⁠''os sentidos do coração só os posso agradecer com amizade''

Inserida por Leandro_Carlos

A formosura, que não é senão a harmonia rigorosa das formas, é muito rara. O que não é raro é a graça, a simpatia, o indizível que vos encanta, sem vos dar tempo a estudar a irregularidade de um nariz, ou o defeito de uma testa.

Inserida por LEandRO_ALissON

⁠Não há crime absolutamente imperdoável; também não há virtude imaculada.

Inserida por jorge_henrique_elias

O grande sol na eira
Talvez seja o remédio...
Não quero quem me queria,
Amarem-me faz tédio.
Baste-me o beijo intacto
Que a luz dá a luzir
E o amor alheio e abstrato
De campos a florir.

O resto é gente e alma:
Complica, fala, vê.
Tira-me o sonho e a calma
E nunca é o que é.

Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havermos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Há tanta coisa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.

Uma flor acaso tem beleza?

Tem beleza acaso um fruto?

Não: têm cor e forma
E existência apenas.

A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe

Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.

Não significa nada.

Então por que digo eu das coisas: são belas?

(Alberto Caeiro)

Fernando Pessoa
O Guardador de Rebanhos

Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.

Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?

Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.

Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.

Não só quem nos odeia ou nos inveja
Nos limita e oprime; quem nos ama
Não menos nos limita.
Que os deuses me concedam que, despido
De afetos, tenh a fria liberdade
Dos píncaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
É livre; quem não tem, e não deseja,
Homem, é igual aos deuses.

Chove. Que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim...
De pensada, mal vivida...
Triste de quem é assim!

Numa angústia sem remédio
Tenho febre na alma, e, ao ser,
Tenho saudade, entre o tédio,
Só do que nunca quis ter...

Quem eu pudera ter sido,
Que é dele? Entre ódios pequenos
De mim, 'stou de mim partido.
Se ao menos chovesse menos!

Fernando Pessoa

Nota: 23-10-1931

'Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, diverso, móbil e só, não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, o que passou a esquecer. Noto à margem do que li o que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.'