Frases de poetas famosos

Falar é ter demasiada consideração pelos outros. Pela boca morrem o peixe e Oscar Wilde.

Nos acontecimentos, sim, é que há destino:
Nos homens, não - espuma de um segundo...
Se Colombo morresse em pequenino,
O Neves descobriria o Novo Mundo.

Mario Quintana
QUINTANA, M. Espelho mágico. Porto Alegre: Ed. Globo. 2005

Diálogo Noite Adentro
- Mas há as que nos compreendem...
- Ah, essas são as piores!

O café é tão grave, tão exclusivista, tão definitivo
que não admite acompanhamento sólido. Mas eu o driblo,
saboreando, junto com ele, o cheiro das torradas-na-manteiga
que alguém pediu na mesa próxima.

A necessidade faz-nos habituar a estranhos companheiros de leito.

A vida é enfadonha como uma história contada duas vezes.

A felicidade está fora da felicidade.

O passado é um prólogo.

Ser imoral não vale a pena, porque diminui, aos olhos dos outros, a vossa personalidade, ou a banaliza. Ser imoral dentro de si, cercada do máximo respeito alheio.

Mau Humor
Os que metem uma bala na cabeça retiram-se deste mundo batendo com a porta.

Um homem de gênio é produzido por um conjunto complexo de circunstâncias, começando pelas hereditárias, passando pelas do ambiente e acabando em episódios mínimos de sorte.

Exteriorizar impressões é mais persuadirmo-nos de que as temos do que termo-las.

Já trazes, ao nascer, a tua filosofia.
As razões? Essas vêm posteriormente,
Tal como escolhes, na chapelaria,
A forma que mais te assente...

Mario Quintana
QUINTANA, Mario. Espelho mágico. Porto Alegre: Ed. Globo. 2005

Com o engodo de uma mentira, pesca-se uma carpa de verdade.

Não olhe para os lados

Seja um poema, uma tela ou o que for, não procure ser diferente. O segredo único está em ser indiferente.

Mario Quintana
A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

SEMPRE QUE CHOVE

Sempre que chove
Tudo faz tanto tempo...
E qualquer poema que acaso eu escreva
Vem sempre datado de 1779!

A arte é o espelho e a crónica da sua época.

O mundo está desarticulado.

Contrabalançar promessas com promessas é estar pesando o nada.

Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.