À beira da estrada
Com o pêlo tão sedoso
O cachorro morto.
Chove de novo -
As vacas e os carros
Devagar, em fila indiana.
Apenas vós,
Árvores de tronco branco,
Me garantis que retornei.
Árvores da infância -
E depois a monotonia verde
Dos canaviais...
Demorou este ano,
Mas de repente, em toda a parte -
Primavera!
Um susto matinal:
na caixa do correio,
duas mariposas!
Tão pequena
E desbotada de chuva
A casa da infância!
Manhã de frio.
Se fosse menino escrevia
Meu nome no vidro.
O bebê resmunga -
Zune nas venezianas
O vento do inverno.
Tarde de inverno:
Sobe do fundo dos vales
A sombra das montanhas.
Aqui e ali,
Sobre os campos florescem
As quaresmeiras.
Com o vento frio percebo:
Semanas e semanas
Sem ouvir insetos.
A porteira bate -
Do meu lado esquerdo,
A lua de verão.
É quase noite -
As cigarras cantam
Nas folhas escuras.
Em toda a longa viagem,
Só agora encontrei
Um cafezal!
O lago da montanha -
Termina do lado leste
A tarde dos patos
Ao longo da estrada:
"A próxima descida trará
Mais quaresmeiras em flor!"
Também para eles
Está chegando o natal -
Ah, os leitõezinhos...
Mamonas estalam.
Os cachos da acácia
Parecem imóveis.
Pardais
No meio da garoa -
Está chegando o inverno.