Há homens cujo ódio nos glorifica.
Amor e ódio são os dois mais poderosos afetos da vontade humana.
O obséquio produz amigos; a verdade, ódio.
O que precisamos é de ódio. Dele nascerão as nossas ideias.
Os mais falsos argumentos podem mostrar um ódio correto.
O mal que fazemos não suscita tanto a perseguição e o ódio como as nossas boas qualidades.
Quem dá expansão ao seu ódio destrói a sua própria casa.
O ódio e a guerra que declaramos aos outros gasta-nos e consome-nos a nós mesmos.
O ciúme é o germe do ódio no amor; mata-o às vezes, fere-o sempre.
O amor acrescenta-nos com o que amarmos. O ódio diminui-nos. Se amares o universo, serás do tamanho dele. Mas quanto mais odiares, mais ficas apenas do teu. Porque odeias tanto? Compra uma tabuada. E aprende a fazer contas.
Se alguém tem um ódio patológico às mentiras, deveria restringir ao mínimo as perguntas que faz.
A inveja é mais irreconciliável do que o ódio.
Nunca a polícia terá espiões comparáveis aos que se colocam ao serviço do ódio.
Não se odeia quando pouco se preza, odeia-se só o que está à nossa altura ou é superior a nós.
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Como é duro odiar os que se gostaria de amar.
Tornamo-nos odiados tanto fazendo o bem como fazendo o mal.
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Amo-me a mim próprio demasiado para poder odiar seja o que for.
Tudo é amor.
Até o ódio, o qual julgas ser a antítese do amor, nada mais é senão o próprio amor que adoeceu gravemente.
Jamais, em todo o mundo, o ódio acabou com o ódio; o que acaba com o ódio é o amor.
Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.
Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
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