Frases de Nelson Rodrigues

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⁠Ser, só ser, já é uma plenitude, porque a maior liberdade é não precisar de nada para ser quem sou.

⁠Os tiranos não temem armas,temem ideias.
Os déspotas não receiam a miséria, receiam que se perceba por que ela existe.

A cultura é o vento que alarga as velas da mente, para que ela não se encoste às margens de uma vida pequena.

⁠"A verdadeira grandeza não se mede pelo que se ostenta, mas pela simplicidade de quem serve sem se elevar."

⁠"A verdadeira riqueza está no simples ato de viver o agora, sem pressa de chegar, mas com a coragem de simplesmente ser."

O que conta de verdade é o que permanece quando os rótulos se desfazem — e eu permaneço, igual, inalterado. Não preciso de nada além do que sou.

⁠És poesía em mim em línguas sem fim.

"'Você é químico?' Não, sou Fluminense, respondi de pronto ao ser abordado por um vizinho que me viu brincando com alguns líquidos de diversas cores. Eu tinha apenas três anos de idade, mas com uma convicção clubística anterior ao meu nascimento, e, quem sabe, anterior ao útero materno".

⁠Jamais existirá despedida entre autênticos irmãos.
Os verdadeiros não são apenas presença material, mas também espiritual.
Esculpidos no mais profundo sentimento da alma, talhados no núcleo do coração.
Não importa a distância ou circunstância, nunca será um até sempre, mas um até mais.

⁠Onde antes floresciam debates, agora restam trincheiras. Cada opinião, uma bandeira; cada silêncio, uma suspeita. O medo de falar cala, sufoca, e a liberdade de expressão definha, encurralada pela vigilância implacável da hipersensibilidade. Escolhem-se as vias do ódio e da vitimização, em vez do entendimento.

⁠Estica-te perna se tens quem te governa,
No calor do verão, à sombra frondosa,
O sol acarinha, a tarde se alterna,
Em murmúrios de brisa tão silenciosa.

Deitado no jardim, espreguiçadeira amiga,
O tempo se dissolve em suspiros de paz,
Enquanto a vida, num quadro, se abriga,
E a tarde se estende, preguiçosa, voraz.

⁠Neste Natal, desejo-vos o simples,
O pão e o vinho sobre a mesa,
As mãos dadas sem pressa,
E a alegria serena de uma noite estrelada.

Que o pinheiro seja o símbolo vivo
Do calor que une as famílias,
Como o pão partilhado,
Como o vinho que aquece a alma.

Aos vossos e a vós,
A paz do que basta
E a luz do que é.

Feliz Natal!

⁠Digo palavras como quem lança
pedras num lago:
espero apenas que as ondas
toquem outra margem.

Mas nem sempre chegam.
Ficam presas na sombra
de quem as ouve.

Queria que tudo fosse claro,
como um rio ao meio-dia,
mas há sempre a névoa
dos dias difíceis.

No fim, talvez reste apenas
um eco perdido,
uma sílaba breve
na boca do vento.

⁠Sou o vazio cheio

Sou o que não sou.
E sei-o.
Não cheguei a ser,
nem me esperei.

Mas trago em silêncio
um mundo inteiro —
os sonhos que não vivi,
os gestos que não fiz,
as palavras que ficaram por nascer.

Sou o vazio cheio
de tudo o que poderia ser.
E nisso, talvez,
seja mais do que nunca fui.