Frases de Milan Kundera
Nunca se pode saber o que se deve querer, pois só se tem uma vida e não se pode compará-la com as vidas anteriores nem corrigi-la nas vidas posteriores.
Não existe meio de verificar qual é a decisão mais acertada, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação.
Não se brinca com as metáforas. O amor pode nascer de uma simples metáfora.
Para que um amor seja inesquecível, é preciso que os acasos se encontrem nele desde o primeiro instante.
O homem, embora mortal, não consegue imaginar nem o fim do espaço, nem o fim do tempo, nem o fim da História, nem o fim de um povo, ele vive sempre num infinito ilusório.
Nenhum ser humano pode oferecer a outro o idílio. Só o animal pode fazê-lo, porque não foi expulso do Paraíso. O amor entre o homem e o cão é idílico. É um amor sem conflitos, sem cenas dramáticas, sem evolução.
O que nos apavora na morte não é a perda do futuro, e sim a perda do passado. O esquecimento é uma forma de morte que está sempre presente na vida.
O amor é o desejo dessa metade perdida de nós mesmos.
As pessoas estão sempre gritando que querem criar um futuro melhor. Não é verdade. O futuro é um vazio apático que não interessa a ninguém. O passado está cheio de vida, ansioso para nos irritar, provocar e insultar, nos tentando a destruí-lo ou a repintá-lo. A única razão pela qual as pessoas querem ser donas do futuro é para mudar o passado.
Vivia, ela também, na cegueira. Via apenas um ser único, iluminado pelo farol violento do ciúme. E o que aconteceria se esse farol se apagasse bruscamente? Na luz difusa do dia surgiriam outros seres aos milhares, e o homem que até aí ela acreditava ser o único no mundo, se tornaria um entre muitos.