Agrada-nos o homem sincero, porque nos poupa o trabalho de o estudarmos para o conhecermos.
O insignificante presume dar-se importância maldizendo de tudo e de todos.
Há algo tocante na associação de dois seres para suportar a vida.
O nosso bom, ou mau procedimento, é o nosso melhor amigo, ou pior inimigo.
Há injúrias que temos de ignorar para não comprometermos a nossa honra.
Admiramos o mundo através do que amamos.
Quem ama o perigo, nele perece.
A modéstia é para o mérito o que as sombras são para um quadro. Dão-lhe forma e relevo.
Há dois poderosos destruidores: o tempo e a adversidade.
Onde intervêm o favor e as doações abatem-se os obstáculos e desfazem-se as dificuldades.
São sempre desatinadas as vinganças por ciúmes.
A indiferença ou apatia que em muitos é prova de estupidez pode ser em alguns o produto de profunda sapiência.
Não existe vício que não tenha uma falsa semelhança com uma virtude e que disso não tire proveito.
Os velhos que se mostram muito saudosos da sua mocidade não dão uma ideia favorável da maturidade e progresso da sua inteligência.
Uma árvore nua
aponta o céu. Numa ponta
brota um fruto. A lua?
Os pintores só devem meditar com os pincéis na mão.
Noturno
Lá fora o luar continua
E o trem divide o Brasil
Como um meridiano
Oswald de Andrade
ANDRADE, O. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971
Os males que não são percebidos são os mais perigosos.
A preguiça dificulta, a atividade tudo facilita.