Nem ausente, nem presente por demais. Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
Quanto mais fundamente penso, mais profundamente me descompreendo.
Porque sentir é como o céu,
Vê-se mas não há nele que ver.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos...
E afinal o que quero é fé, é calma, e não ter essas sensações confusas.
Só eu, de qualquer modo, não sou o mesmo, e isto é o mesmo também afinal.
E pode levantar-me desta poltrona deixando os sonhos no chão...
A renúncia é a libertação. Não querer é poder.
Fernando Pessoa
Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. São Paulo: Montecristo, 2012
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Hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Fernando Pessoa
Nota: Trecho do poema "Tabacaria" de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa.
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Quero seguir o caminho doha cem por centos aparti desta data.
Nenhum livro para crianças deve ser escrito para crianças.
Quanto amei ou deixei de amar, é a mesma saudade em mim.
Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma.
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu
Por que é que, pra ser feliz,
É preciso não sabê-lo?
O amor é um sono que chega para o pouco ser que se é
Fernando Pessoa
PESSOA, F. Poesias. Rio de Janeiro : Livraria Agir Editôra, 1968.
Quando o amor não tem razão
É que o amor incomoda.
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.
Nunca tive dinheiro para poder ter tédio à vontade .
Tudo é orgulho e inconsciência.
Tudo é querer mexer-se, fazer coisas, deixar rasto.
Fernando Pessoa
Poemas Inconjuntos. In Poemas de Alberto Caeiro. Lisboa: Ática, 1946.