Frases de Escritores Brasileiros

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Minha primeira lágrima caiu de dentro dos teus olhos.
Tive medo de a enxugar: para não saberes que havia caído.

Cecília Meireles
MEIRELES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

Nota: Trecho de "Elegia"

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Coloquei meu sonho em um navio
E o navio em cima do mar
E abri o mar com as mãos
Para meu sonho naufragar

Chorei pelas gentes perdidas de loucura e orgulho. Depois por minhas visões, por meus gestos.
E, finalmente, por nós dois.

"...mesmo as pedras, com o tempo, mudam”.

(do poema "Viagem".)

"Nunca tive os olhos tão claros e o sorriso em tanta loucura. Sinto-me toda igual às árvores: solitária, perfeita e pura."

Navego pela memória sem margens.

Cecília Meireles
MEIRELES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

Nota: Trecho do poema "Explicação": Link

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Minhas palavras são a metade de um diálogo obscuro
continuando através de séculos impossíveis.

Cecília Meireles
Viagem. São Paulo: Global, 2012.

Nota: Trecho do poema Diálogo.

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"O vento é o mesmo: mas sua resposta é diferente, em cada folha. Somente a árvore seca fica imóvel, entre borboletas e pássaros."

(do poema "O Vento, do livro "Mar Absoluto".)

Acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou de salvação - mas por uma contemplação poética afetuosa e participante.

Os livros que têm resistido ao tempo são os que possuem uma essência de verdade, capaz de satisfazer a inquietação humana por mais que os séculos passem.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Cecília Meireles
Cecília Meireles: obra em prosa, volume 1. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.

Onde é que dói na minha vida para que eu me sinta tão mal?

sou triste por que sonhei
coisas inalcançáveis que não se deve sonhar ...

Levai-me aonde quiserdes! - aprendi com as primaveras
a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.

Não venci todas batalhas que lutei, mas perdi todas que deixei de lutar

O instante existe (...) Não sou alegre nem sou triste: (...) Não sito gozo nem tormento. Atravesso noite e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço. não sei, não sei. Não sei se fico ou passo.

Eu e tu perdemos tudo.
Suplicávamos o infinito.
Só nos deram o mundo.

Cecília Meireles
MEIRELES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

Nota: Trecho do poema "Monólogo"

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Que é que dentro de ti és tu?

O Eco

O menino pergunta ao eco
Onde é que ele se esconde.
Mas o eco só responde: Onde? Onde?

O menino também lhe pede:
Eco, vem passear comigo!

Mas não sabe se o eco é amigo
ou inimigo.

Pois só lhe ouve dizer: Migo!

Não consegui entender

Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranqüilo. Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.