Frases de Escritores Brasileiros

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Será que o meu ofício doloroso é o de adivinhar na carne a verdade que ninguém quer enxergar?

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Vagamente pensava de muito longe e sem palavras o seguinte: já que sou, o jeito é ser.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Quero escrever o borrão vermelho de sangue. (...) Quero escrever noções sem o uso abusivo da palavra.

Clarice Lispector
Borelli, Olga. Clarice Lispector: esboço para um possível retrato. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
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Que os mortos me ajudem a suportar o quase insuportável, já que de nada me valem os vivos.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Eu, viva e tremeluzente como os instantes, acendo-me e me apago, acendo e apago, acendo e apago. Só que aquilo que capto em mim tem, quando está sendo agora transposto em escrita, o desespero das palavras ocuparem mais instantes que um relance de olhar. Mais que um instante, quero seu fluxo.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

faze com que eu receba o mundo sem receio,
pois para esse mundo incompreensível eu fui criada
e eu mesma também incompreensível

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou o Livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

De nada sei. Que se há de fazer com a verdade de que todo mundo é um pouco triste e um pouco só.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Vida incomoda bastante, alma que não cabe bem no corpo.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

E achava bom ficar triste. Não desesperada (...). Claro que era neurótica, não há sequer necessidade de dizer.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Eu tenho que ser minha amiga, senão não aguento a solidão.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Ninguém pode entrar no coração de ninguém.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Sei que cada dia é um dia roubado da morte.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Eu uso essa palavra porque nunca tive medo de palavras. Tem gente que se assusta com o nome das coisas.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Aquela relutância em ceder, mas aquela vontade do grande abraço.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Cultivar o deserto
como um pomar às avessas:

então, nada mais
destila; evapora;
onde foi maçã
resta uma fome

onde foi palavra
(potros ou touros
contidos) resta a severa
forma do vazio

E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia

Amar
É coisa de morrer e de matar...
Mas tem som de sorriso.

‎Ames ou não, ó minha amada
Quero-te sempre boa atriz
Mentir amor não custa nada
E custa tanto ser feliz.

Hilda Hilst
Tu Não Te Moves de Ti

Há sonhos que devem ser ressonhados, projetos que não podem ser esquecidos...