Frases de Escritores Brasileiros
O tédio é de uma felicidade primária demais! E é por isso que me é intolerável o paraíso.
Os fatos são sonoros mas entre os fatos há um sussurro. É o sussurro que me impressiona.
Não há dúvida: pensar me irrita, pois antes de começar a tentar pensar eu sabia muito bem o que eu sabia.
Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri.
E eu impávida finjo que não tenho dono. Pontas de cigarro apagadas eu recebo. Um dia vou pegar fogo.
Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece.
Sou fraca diante da beleza do que existe e do que vai existir.
Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e autorrisco. Eu não faço literatura: eu apenas vivo ao correr do tempo. O resultado fatal de eu viver é o ato de escrever.
Preciso aprender a não precisar de ninguém.
O futuro é meu enquanto eu viver.
Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente.
Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia.
No mais fino e doído de seu sentimento ela pensava: vou ser feliz.
É a vida? Mesmo assim ela me escaparia. Outro modo de captá-la seria viver. Mas o sonho é mais completo que a realidade, esta me afoga na inconsciência. O que importa afinal: viver ou saber que se está vivendo?
Estou cansada de pessoas e sozinha me aborreço. Eu mesma não sei o que quero.
Água-marinha? meu primeiro namoradinho tinha olhos azuis de água-marinha. Mas eu não chegava perto dele: tinha medo. Porque água quieta é água funda e me dava calafrios.
É que, quando amávamos, eu não sabia que o amor estava acontecendo muito mais exatamente quando não havia o que chamávamos de amor. O neutro do amor, era isso o que nós vivíamos e desprezávamos.
Procuro me manter isolada contra a agonia de viver dos outros.