Frases de Escritores Brasileiros

De repente as coisas não precisam mais fazer sentido. Satisfaço-me em ser. Tu és? Tenho certeza que sim.

Sempre procuro reter, como as rédeas de um cavalo, minha tendência ao excessivo.

A verdade não faz sentido, a grandeza do mundo me encolhe.

Estrelas são os olhos de Deus vigiando para que corra tudo bem. Para sempre. E, como se sabe, sempre não acaba nunca.

Refugio-me nas rosas, nas palavras. Pobre consolação. Estou inflacionada. Não valho nada.

O que me importa são instantâneos fotográficos das sensações – pensadas, e não a pose imóvel dos que esperam que eu diga: olhe o passarinho! Pois não sou fotógrafo de rua.

Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.

Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu.

Não quero a meia-luz, não quero a cara benfeita, não quero o expressivo. Quero o inexpressivo. Quero o inumano dentro da pessoa; não, não é perigoso, pois de qualquer modo a pessoa é humana, não é preciso lutar por isso: querer ser humano me soa bonito demais.

Ser intelectual é usar sobretudo a inteligência, o que eu não faço: uso é a intuição, o instinto.

Gemeu baixinho cansada e depois pensou: o que vai acontecer agora agora agora? E sempre no pingo de tempo que vinha nada acontecia se ela continuava a esperar o que ia acontecer, compreende?

Era uma falsa revolta, uma tentativa de libertação que vinha sobretudo com muito medo de vitória.

Sempre fui uma tímida muito ousada.

Algo está sempre por acontecer. O imprevisto me fascina.

Que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano – já me aconteceu antes.

Se eu me confirmar e me considerar verdadeira, estarei perdida porque não saberei onde engastar meu novo modo de ser – se eu for adiante nas minhas visões fragmentárias, o mundo inteiro terá que se transformar para eu caber nele.

Ser livre era seguir-se afinal.

E foi tão corpo que foi puro espírito.

É a ira de Deus. E se essa escuridão se transformar em chuva, que volte o dilúvio, mas sem a arca, nós que não soubemos fazer um mundo onde viver e não sabemos na nossa paralisia como viver.

Por pura sede de vida melhor estamos sempre à espera do extraordinário que talvez nos salve de uma vida contida.