Frases de Escritores Brasileiros

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A gente escreve como quem ama.

Clarice Lispector
Borelli, Olga. Esboço para um possível retrato. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.

Divido-me milhares de vezes em quantas vezes quanto os instantes que decorrem, fragmentária que sou e precários os momentos – só me comprometo com a vida que nasça com o tempo e com ele cresça: só no tempo há espaço para mim.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda. Não confio no que me aconteceu. Aconteceu-me alguma coisa que eu, pelo fato de não a saber como viver, vivi uma outra?

Clarice Lispector
A paixão Segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Erguia-se para uma nova manhã, docemente viva. E sua felicidade era pura como o reflexo do sol na água.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Eu sou feita de tão pouca coisa e meu equilíbrio é tão frágil que eu preciso de um excesso de segurança para me sentir mais ou menos segura.

Clarice Lispector
Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Trecho de carta escrita em julho de 1944 a Tânia Kaufmann.

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Pouco sei sobre o amor. Apenas lembro-me que o temia e o procurava.

Clarice Lispector
A bela e a fera. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho do conto Obsessão.

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Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso...

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

A respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Ver a verdade seria diferente de inventar a verdade?

Clarice Lispector
O lustre. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Eu, que simbolicamente
morro várias vezes só para
experimentar a ressurreição.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Eu sou uma chama acesa! E rebrilho e rebrilho toda essa escuridão.

Clarice Lispector
A bela e a fera. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho do conto A bela e a fera ou A ferida grande demais.

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Parece com momentos que tive contigo, quando te amava, além dos quais não pude ir pois fui ao fundo dos momentos.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Eu vivo à espera de inspiração com uma avidez que não dá descanso. (...) Cheguei mesmo à conclusão de que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor.

Clarice Lispector
Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Trecho de carta para Tania Kaufmann, escrita em janeiro de 1942.

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Mesmo quando não estou pensando em você, sinto um pensamento constante a seu respeito, como a música que acompanha os filmes.

Clarice Lispector
Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Trecho de carta para Tania Kaufmann, escrita em 22 de fevereiro de 1947. Trecho ligeiramente adaptado do original, que diz: "Mesmo quando não estou pensando “objetivamente” em você, sinto um pensamento constante a seu respeito, como a música que acompanha os filmes."

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Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim. Vivo me perdendo de vista.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Não entendo de sonhos. Mas este me parece um profundo desejo de mudança de vida. Não precisa ser feliz sequer. Basta ano novo. E é tão difícil mudar. Às vezes escorre sangue.

Clarice Lispector
Todas as crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.

Nota: Trecho da crônica Um sonho.

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Vou dormir porque não estou suportando este meu mundo de hoje, cheio de coisas inúteis.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Fartura e carência.

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Sou feliz na hora errada. Infeliz quando todos dançam. Me disseram que os aleijados se rejubilam assim como me disseram que os cegos se alegram. É que os infelizes se compensam.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.