Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.
Só escrevo o que quero, não sou um profissional.
Eu poderia resolver pelo caminho mais fácil, matar a menina-infante, mas quero o pior: a vida.
Não, quem tem razão é este meu coração indireto, mesmo que os fatos me desmintam diretamente.
Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Nota: Trecho da crônica A favor do medo.
...Mais
O prazer nascendo dói tanto no peito que se prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer.
Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Nota: Trecho da crônica O nascimento do prazer (trecho).
...Mais Andando pela sua teia invisível, parecia transladar-se maciamente no ar. Ela queria a esperança.
Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Nota: Trecho da crônica Uma esperança.
...Mais A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver.
Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Nota: Trecho da crônica Pertencer.
...Mais A primavera me dá coisas. Dá do que viver. E sinto que um dia na primavera é que vou morrer. De amor pungente e coração enfraquecido.
Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Nota: Trecho da crônica Eu sei o que é primavera.
...Mais Nem sempre esmiuçar demais dá certo.
Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Nota: Trecho da crônica O caso da caneta de ouro.
...Mais Na maioria das vezes, quando se descrevem as características físicas, morais e mentais de um brasileiro, não se nota que na verdade se estão descrevendo os sintomas físicos, morais e mentais da fome.
Clarice Lispector
Todas as crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.
Nota: Trecho da crônica Daqui a vinte e cinco anos.
...Mais O medo era vertical demais no tempo para deixar vestígios na superfície.
Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Nota: Trecho da crônica A favor do medo.
...Mais O que não será jamais elucidado é o meu destino.
Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Nota: Trecho da crônica Esclarecimentos – explicação de uma vez por todas.
...Mais
À medida que os filhos crescem, a mãe deve diminuir de tamanho. Mas a tendência da gente é continuar a ser enorme.
Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Nota: Trecho da crônica Ideal burguês.
...Mais Milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a mediocridade.
Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Nota: Trecho da crônica Medo do desconhecido.
...Mais Quando se trata de apaziguar os outros, transformo-me subitamente numa grande fonte de serenidade. E eu mesma bebo dessa fonte.
Clarice Lispector
Todas as cartas. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.
Nota: Trecho de carta para Maury Gurgel Valente, escrita em 2 de janeiro de 1942.
...Mais
Eu não sou senão um estado potencial, sentindo que há em mim água fresca, mas sem descobrir onde é a sua fonte.
Clarice Lispector
Todas as cartas. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.
Nota: Trecho de carta para Lúcio Cardoso, escrita em 13 de julho de 1941.
...Mais Tudo passa – é essa a minha convicção mais moderna.
Clarice Lispector
Todas as cartas. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.
Nota: Trecho de carta para Elisa Lispector e Tania Kaufmann, escrita em 19 de agosto de 1944.
...Mais Me incomoda um trabalho parado; é como se me impedisse de ir adiante.
Clarice Lispector
Todas as cartas. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.
Nota: Trecho de carta para Lúcio Cardoso, escrita em setembro de 1944.
...Mais Eu queria fazer uma história cheia de todos os instantes, mas isso sufocava o próprio personagem. Acho mesmo que meu mal é querer ter todos os instantes.
Clarice Lispector
Todas as cartas. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.
Nota: Trecho de carta para Lúcio Cardoso, escrita em novembro de 1944.
...Mais Estou tão burrinha hoje, quanto mais eu escrever mais bobagens digo.
Clarice Lispector
Todas as cartas. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.
Nota: Trecho de carta para Lúcio Cardoso, escrita em 7 de fevereiro de 1945.
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