Frases de Escritores Brasileiros

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“Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta”.

(do livro "Viagem", 1939.)

Brumoso navio o que me carrega por um mar abstrato. Que insigne alvedrio prende à ideia cega teu vago retrato?

Cecília Meireles
MEIRELES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

Nota: Trecho do poema "Noturno"

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"O amor sozinho vagava.
Sem mais nada além de mim...
numa eternidade inútil"

"E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim..."
" Meus pés vão pisando a terra
Que é a imagem da minha vida:
Tão vazia, mas tão bela
Tão certa , mas tão perdida!"

"Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol."

Mas quem falou de deserto, sem antes ver meus olhos - falou, mas não estava certo.

⁠"Vejo o arrepio da morte,
à voz da condenação
Quem ordena, julga e pune?
Quem é culpado e inocente?
Na mesma cova do tempo
cai o castigo e o perdão
Morre a tinta das sentenças
e o sangue dos enforcados...
liras, espadas e cruzes
pura cinza agora são"

⁠"Escuto os alicerces que o passado
tingiu de incêndio: a voz dessas ruínas
de muros de ouro em fogo evaporado"

⁠Todos querem liberdade
mas quem por ela trabalha? (...)
(o humano resgate custa
pesadas carnificinas!
Quem morre, para dar a vida?
Quem quer arriscar seu sangue?)

⁠"Tenho o coração parado
Como se não fosse viva (...)
Vamos a ver se a minha alma
Fala verdade ou mentira"

⁠Que tudo passa...
O prazer é um intervalo
na desgraça
Que tudo acaba!
Quem diz que a montanha de ouro não desaba?
Que tudo engana
Gente, só a morte mesmo,
é soberana

⁠"Nós aqui movendo as águas
e as pedras, desta maneira!
-Pois, não deixaremos nada:
nem o nome da caveira
Que a nossa vida
é a mesma coisa que a morte
-noutra medida"

⁠"Tão feliz que me sentia,
vendo as nuvenzinhas no ar,
vendo o sol e vendo as flores
nos arbustos do quintal,
tendo ao longe, na varanda,
um rosto para mirar"

⁠"Riqueza grande ta terra
quantos por ti morrerão! (...)
Há multidões para os vivos:
porém quem morre vai só. (...)
há mais forças, mais suplícios
para os netos da traição. (...)
Quem não presta, fica vivo;
Quem é bom, mandam matar."

⁠"Agora são tempos de ouro.
Os de sangue vem depois"

⁠De seu calmo esconderijo,
o ouro vem, dócil e ingênuo;
torna-se pó, folha, barra,
prestígio, poder, engenho...
É tão claro - e turva tudo:
honra, amor e pensamento.

Cecília Meireles
Romanceiro da Inconfidência. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema Romance II ou do Ouro Incansável.

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⁠Tudo vai sendo jamais,
tudo é para sempre nunca.

Cecília Meireles
Poemas escritos na Índia. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1961.

Nota: Trecho do poema Zimbório.

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Pensei que era apenas demora,
E cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça:
Que me conforme em ser sozinha.
(...)

Inserida por katiacristinaamaro

Saudade doi

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

Inserida por PriSpinardi