Frases de Escritores

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A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.
Não me ajeito com os padres, os críticos e os canudinhos de refresco: não há nada que substitua o sabor da comunicação direta.

E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas...Aí vai!

Nunca dês um nome ao rio. Sempre há outro rio a passar.

Frases felizes...Frases encantadas... Ó festa dos ouvidos! Sempre há tolices muito bem ornadas... Como há pacóvios bem vestidos.

Hai-Kai da Palavra Andorinha

A palavra andorinha
Freme devagarinho
E some em silêncio...

A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.

A maioria das gentes vive de convicção e não de idéias.

As únicas coisas eternas são as nuvens.

Germinal

Planta
Com emoção
Este verso em teu coração

Um poema tanto mais belo é quanto mais parecido for com o cavalo. Por não ter nada de mais nem nada de menos é que o cavalo é o mais belo ser da Criação.

Mario Quintana
Caderno H, Editora Globo - Porto Alegre, 1973

Não penses compreender a vida nos autores. Nenhum disso é capaz. Mas à medida que vivendo fores, melhor os compreenderás.

Amanhecer
O sol derrama, na calçada,
a sua bela, matinal urinada

Um engano em bronze é um engano eterno.

Quando o silêncio a dois se torna cômodo.

INSCRIÇÃO PARA UMA LAREIRA
Em meio aos toros que desabam, cantemos a canção das chamas.

Nunca me acertei bem com os padres, os críticos e com os canudinhos de refresco.

Se nunca nasceste de ti mesmo, dolorosamente, na concepção de um poema... estás enganado: para os poetas não existe parto sem dor.

Mario Quintana
Trecho de carta. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

Hai-Kai da Cozinheira

A cozinheira preta preta
Preta e gorda
Com seu frescor sorriso de lua...

QUADRILHA

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade
"Nova reunião". Rio de Janeiro: J. Olympio, 1985.

BOCA

Boca: nunca te beijarei.
Boca de outro que ris de mim,
no milímetro que nos separa,
cabem todos os abismos.

Boca: se meu desejo
é impotente para fechar-te,
bem sabes disto, zombas
de minha raiva inútil.

Boca amarga pois impossível,
doce boca (não provarei),
ris sem beijo para mim,
beijas outro com seriedade.

Carlos Drummond de Andrade
ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002.