Frases de Escritores

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Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem sabe o que é amar...

Fernando Pessoa

Nota: Trecho de "O Guardador de Rebanhos", do livro "Poemas de Alberto Caeiro", de Fernando Pessoa (heterônimo Alberto Caeiro).

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Chove. Que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim...
De pensada, mal vivida...
Triste de quem é assim!

Sonhe com as estrelas,
apenas sonhe,
elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento,
ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar, sabe-se lá aonde.

Não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram.

Minha alma está cansada da minha vida.

Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim.

A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos.

Segue teu destino, rega tuas plantas, ama as tuas rosas. O resto é sombra de árvores alheias... Vê de longe a vida. Nunca a interrogues. Ela nada pode dizer-te. A resposta está além dos Deuses.

Se depois de eu morrer quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Tenho só duas datas: a de minha nascença e a de minha morte. Entre uma e outra, todos os dias são meus.

Não é por nada que olho: é que eu gosto de ver as pessoas sendo.

É bonito ser amigo, mas confesso: é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias.

Sábio é quem se contenta com o espetáculo do mundo.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho adaptado do livro "Odes de Ricardo Reis", de Ricardo Reis (heterônimo de Fernando Pessoa). Link

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Um cansaço de existir,
De ser.
Só de ser.
O ser triste brilhar ou sorrir...

Fernando Pessoa
Poesias. Lisboa: Ática, 1942.

Tudo quanto penso
Tudo quanto sou
É um deserto imenso
Onde nem eu estou

Fernando Pessoa

Nota: Autoria não confirmada.

Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.

Fernando Pessoa
Alberto Caeiro, "Poemas Inconjuntos", 1915

Amo como o amor ama.
Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
Que queres que te diga mais que te amo,
Se o que quero dizer-te é que te amo?
Não procures no meu coração...

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho do poema X "Mar Português" da Mensagem, de Fernando Pessoa. Link

Quanto amei ou deixei de amar, é a mesma saudade em mim.

Contemplo o lago mudo
que a brisa estremece
Não sei se penso em tudo
ou se o tudo me esquece

O lago nada me diz,
não sinto a brisa mexe-lo
Não sei se sou feliz
nem se desejo se-lo

Tremulos rincos risonhos
na agua adormecida
porque fiz eu dos sonhos
a minha única vida?

Não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego por Bernardo Soares. Lisboa: Ática, 1982.