Frases de Escritores

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DOS NOSSOS MALES

A nós bastem nossos próprios ais,
Que a ninguém sua cruz é pequenina.
Por pior que seja a situação da China,
Os nossos calos doem muito mais...

A morte deveria ser assim:
um céu que pouco a pouco anoitecesse
e a gente nem soubesse que era o fim...

Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas.

Pior, mas muito pior mesmo
do que as lágrimas de crocodilo,
são os sorrisos de crocodilo...

DA PAZ INTERIOR

O sossego interior, se queres atingi-lo,
Não deixes coisa alguma incompleta ou adiada.
Não há nada que dê um sono mais tranquilo
Que uma vingança bem executada...

O POETA
Venho do fundo das Eras
Quando o mundo mal nascia...
Sou tão antigo e tão novo
Como a luz de cada dia!

Às vezes tudo se ilumina de uma intensa irrealidade
E é como se agora este pobre, este único, este efêmero instante do mundo
Estivesse pintado numa tela,
Sempre...

Escadas de caracol
Sempre
São misteriosas: conturbam...
Quando as desce, a gente
Se desparafusa...
Quando a gente as sobe
Se parafusa
(...)

Eu quero o mapa das nuvens e um barco bem vagaroso.

Era uma vez duas pulguinhas que passaram a vida inteira economizando e compraram um cachorro só pra elas...

Viajar é mudar o cenário da solidão.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria.
Surdo é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão.

Quem ama inventa as coisas a que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava.

Mario Quintana
Quintana de bolso. Porto Alegre: L&PM, 1997.

Do sabor das coisas

Por mais raro que seja,
Ou mais antigo,
Só um vinho é deveras excelente:
Aquele que tu bebes calmamente
Com o teu mais velho
E silencioso amigo...

Mario Quintana
QUINTANA, Mario. Espelho mágico. Porto Alegre: Ed. Globo. 2005

São os passos que fazem os caminhos.

Buscas a perfeição? Não sejas vulgar. A autenticidade é muito mais difícil.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

DA MEDIOCRIDADE

Nossa alma incapaz e pequenina
Mais complacências que irrisão merece.
Se ninguém é tão bom quanto imagina,
Também não é tão mau como parece.

Com o tempo, não vamos ficando sozinhos apenas pelos que se foram: vamos ficando sozinhos uns dos outros.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos...

Mario Quintana
Libertação. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

O verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê.