Frases de Eduardo Galeano
Somos muitos os que andamos com o carinho estropiado, mas é preciso ter valor para tirá-lo de dentro, estropiado e tudo. Acho, agora, que é algo que temos de aprender, como tantas coisas na vida. Morreremos aprendendo, se quisermos viver distraídos de morrer.
'Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida..."
“Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores”.
(do livro em PDF: O Livro dos Abraços)
Solto-me do abraço, saio às ruas. No céu, já clareando, desenha-se, finita, a lua. A lua tem duas noites de idade. Eu, uma.
(do livro em PDF: Mulheres)
As coisas me acompanham e vão embora. São minhas de noite, perco-as de dia. Não estou preso às coisas; elas não decidem nada.
O tempo é bastante amável com a gente, seus passageiros fugazes, e nos dá permissão para crer que hoje pode ser o primeiro dos dias, e para querer que seja alegre como as cores de uma quitanda.
Quando as palavras não podem ser mais dignas que o silêncio, mais vale ficar calado.
"A experiência do ouro perdido em Minas Gerais – 'ouro branco, ouro negro, ouro podre', escreveu o poeta Manuel Bandeira –, como se sabe, não serviu para nada: o Brasil continua se desfazendo gratuitamente de suas fontes naturais de desenvolvimento."
(GALEANO, Eduardo. As Veias Abertas da América Latina. São Paulo : L&PM, 2010, p.132)
Bebeágua, sacerdote dos sioux, sonhou que seres jamais vistos teciam uma enorme teia de aranha ao redor de sua aldeia. Despertou sabendo que assim seria, e disse aos seus: Quando essa estranha raça termine sua teia de aranha, nos trancará em casas cinzentas e quadradas, sobre terra estéril, e nessas casas morreremos de fome.
O melhor que o mundo tem está nos muitos mundos que o mundo contém, as diferentes músicas da vida, suas dores e cores: as mil e uma maneira de viver e de falar, crer e criar, comer, trabalhar, dançar, brincar, amar, sofrer e festejar que temos descoberto ao longo de milhares e milhares de anos.