Frases de Autores Conhecidos

Cerca de 6067 frases de Autores Conhecidos

Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão, mas como eu agora:
por amor.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma.

Clarice Lispector
Montero, Teresa (org.). Correspondências. Rio de Janeiro: Rocco, 2002.

Nota: Trecho de carta escrita a Tania Kaufmann, em 6 de janeiro de 1948.

...Mais

Eu não: quero é uma realidade inventada.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco. 1998.

Nota: Trecho adaptado de outro pensamento.

...Mais

Não, é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. (...) Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

"Eu te odeio", disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. "Eu te odeio", disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma?

Clarice Lispector
Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto O búfalo.

...Mais

Às vezes me dá enjoo de gente. Depois passa e fico de novo toda curiosa e atenta. E é só.

Clarice Lispector
A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Clarice Lispector

Nota: Trecho citado por Anna Maria Knobel em "Moreno Em Ato", atribuído a Clarice Lispector.

Corro perigo como toda pessoa que vive. E a única coisa que me espera é exatamente o inesperado.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

O que me mata é o cotidiano. Eu queria só exceções.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Agora preciso de tua mão, não para que eu não tenha medo, mas para que tu não tenhas medo. Sei que acreditar em tudo isso será, no começo, a tua grande solidão. Mas chegará o instante em que me darás a mão, não mais por solidão, mas como eu agora: por amor.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Sou um monte intransponível no meu próprio caminho. Mas às vezes por uma palavra tua ou por uma palavra lida, de repente tudo se esclarece.

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Mas tantos defeitos tenho. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor: às vezes parecem farpas.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Deus.

...Mais

Não se conta tudo porque o tudo é um oco nada.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Abro o jogo!
Só não conto os fatos de minha vida:
sou secreta por natureza.

Há verdades que nem a Deus eu
contei. E nem a mim mesma. Sou
um segredo fechado a sete chaves.
Por favor me poupem.

Clarice Lispector

Nota: Os pensamentos costumam aparecer unidos na internet, mas pertencem a obras diferentes. O primeiro é de "Água viva" (1998) e o segundo é um trecho do conto Brasília, e está presente no livro "Todos os contos" (2016).

...Mais

O que me atormenta é que tudo é "por enquanto", nada é "sempre".

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Eu sou mais forte do que eu.

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Felicidade clandestina.

...Mais

Cuide-se como se você fosse de ouro, ponha-se você mesmo de vez em quando numa redoma e poupe-se.

Clarice Lispector
Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Trecho de carta para a irmã Elisa, escrita em janeiro de 1945.

...Mais

Inútil querer me classificar, eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.