Frases Conhecidas
Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já me não dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.
Segue o teu destino...
Rega as tuas plantas;
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
de árvores alheias
Nota: Trecho de poema do livro "Odes de Ricardo Reis", de Fernando Pessoa.
Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem; cada um como é.
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nota: Trecho de um poema de "O Guardador de Rebanhos", do livro "Poemas de Alberto Caeiro", de Fernando Pessoa (heterônimo Alberto Caeiro). Este trecho é muitas vezes confundido com outro pensamento atribuído a Carlos Drummond de Andrade e Bob Marley.
...MaisEu não sei senão amar-te,
Nasci para te querer.
Ó quem me dera beijar-te,
E beijar-te até morrer.
Eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. À parte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Nota: Trecho adaptado do poema "Tabacaria" de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa.
...MaisSe escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto.
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Nota: Trecho do poema X "Mar Português" da Mensagem, de Fernando Pessoa.
A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou.
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.
Eu sou aquilo que perdi.
Nota: Trecho adaptado do poema "Passos da Cruz", de Fernando Pessoa (ortônimo). Link
Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
E a minha alma alegra-se com seu sorriso, um sorriso amplo e humano, como o aplauso de uma multidão.
A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias. Cada coisa é o que é. E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra, e quanto isso me basta. Basta existir para se ser completo.
Nota: Trecho do poema “Poemas Inconjuntos” in Poemas de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa).
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