Frases de Clarice Lispector sobre a Vida

Cerca de 207 frases de Clarice Lispector sobre a Vida

Era cruel o que fazia consigo própria: aproveitar que estava em carne viva para se conhecer melhor, já que a ferida estava aberta.

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais. Estou em um estado muito novo e verdadeiro, curioso de si mesmo, tão atraente e pessoal a ponto de não poder pintá-lo ou escrevê-lo. Parece com momentos que tive contigo, quando te amava, além dos quais não pude ir pois fui ao fundo dos momentos.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

E umas das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi criadora de minha própria vida.

Clarice Lispector
Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres, 1969.

“Meu Deus, e eu que não sei rezar? Como viver então? Não é só para pedir por mim e por outros, mas para sentir, para agradecer, para de algum modo entrar num convento, logo eu que sou tão colérica e feroz”.

(Trecho do livro em PDF: Aprendendo a viver)

Inserida por portalraizes

Deus lhe deu inúmeros pequenos dons que ele não usou nem desenvolveu por receio de ser um homem completo e sem pudor.

(do livro em PDF: Aprendendo a Viver)

Inserida por portalraizes

Desencontro

Eu te dou pão e preferes ouro. Eu te dou ouro mas tua fome legítima é de pão.

Clarice Lispector
Crônicas para jovens: de amor e amizade. Rio de Janeiro: Rocco, 2010.
Inserida por portalraizes

Era finalmente o natural viver sozinha.

Clarice Lispector
O lustre. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por pensador

Mau é não viver, só isso. Morrer já é outra coisa. Morrer é diferente do bom e do mau.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador

Viver afinal não passava de se aproximar cada vez mais da morte.

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador

Não cumpro nada: apenas vivo.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.
Inserida por pensador

Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo. Desculpem, por exemplo, estar tomando lugar no espaço. Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma do tímido, que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Vergonha de viver.

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Meu deus, como o mundo sempre foi vasto e como eu vou morrer um dia. E até eu morrer vou viver apenas momentos? Não, dai-me mais do que momentos. Não porque momentos sejam poucos, mas porque momentos raros matam de amor pela raridade.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Inserida por Peper

A primavera me dá coisas. Dá do que viver. E sinto que um dia na primavera é que vou morrer. De amor pungente e coração enfraquecido.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Eu sei o que é primavera.

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Inserida por pensador

⁠Eu não me aprovo porque mal consigo viver comigo mesmo. Faço quase o impossível para ter isenção. Isenção de mim. Estou quase atingindo esse estado de beatitude.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por pensador

Ela nascera para o essencial, para viver ou morrer. E o intermediário era-lhe o sofrimento.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador

Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. (...) Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.

Clarice Lispector
Um Sopro de Vida (Pulsações)

Nota: Trecho adaptado de Link

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Não posso escrever enquanto estou ansiosa ou espero soluções porque em tais períodos faço tudo para que as horas passem; e escrever é prolongar o tempo, é dividi-lo em partículas de segundos, dando a cada uma delas uma vida insubstituível.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Crônica Escrever, prolongar o tempo.

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Civilizar minha vida é expulsar-me de mim.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Existir não é lógico.

Inserida por LucasNatan

Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Declaração de amor.

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Inserida por pensador