Uma obra de arte é boa quando nasceu por necessidade.
Corremos alegres para o precipício, quando pomos pela frente algo que nos impeça de o ver.
Quando as coisas não são como nós gostaríamos que fossem, devemos gostar delas tais quais elas são.
Quando chega a morte, não é da nossa ternura que nos arrependemos: é da nossa severidade.
Quando a árvore é pequena, o jardineiro orienta-a como quer. Mas quando a árvore cresceu, já não pode reorientar as suas curvas e sinuosidades.
Só se recorre à injúria quando faltam as provas.
Deve respeitar-se o casamento enquanto é um purgatório, e dissolvê-lo quando se tornar num inferno.
Um pensamento, quando é escrito, é menos opressor, embora às vezes se comporte como um tumor maligno: mesmo se extirpado ou arrancado, volta a desenvolver-se, tornando-se pior do que antes.
A verdadeira revolução acontece quando mudam os papéis e não apenas os autores.
O dinheiro só é poder quando existente em quantidades desproporcionadas.
Deixa-se de ser jovem quando se compreende que de nada serve contar uma dor.
A lógica, como o uísque, perde seu efeito benéfico quando tomada em quantidades exageradas.
Desconfiai daquele que detrai no amigo ausente, e o não defende quando o deprimem.
Toda a pessoa normal se sente tentada, de vez em quando, a cuspir nas mãos, içar a bandeira negra e sair por aí cortando gargantas.
Quando muitos homens estão juntos, é preciso separá-los pelos ritos, senão matam-se uns aos outros.
Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Quando um filósofo completa uma resposta, já ninguém se lembra qual foi a pergunta.
Quando o sangue respira o ódio, não pode dissimular-se.
Quando as pessoas sábias se zangam, perdem toda a sabedoria.
O sentimento que o homem suporta com mais dificuldade é a piedade, principalmente quando a merece. O ódio é um tónico, faz viver, inspira vingança; mas a piedade mata, enfraquece ainda mais a nossa fraqueza.
Ver mais