apaga a luz antes de amanhecer um vagalume
tantos outonos em uma paisagem chuva nos pinheiros
Ribeirão Preto onde se ouve cheiro de vagalumes
folha seca sobre o travesseiro acorda borboleta
minha casa o sapo já sabe entrar e sair
Correndo risco a linha do corpo ganha seu rosto
entre velhas páginas uma folha ainda verde da casa antiga
sombra da luz na lua e na rua alvo do lago
travesseiro novo primeiras confissões a história do amigo
fim do dia porta aberta o sapo espia
Ano que termina areia cheia conchas mínimas
tarde cinza toda azaléia arde em rosa
jardim sem flor entre as páginas do livro a rosa e sua cor
sono profundo coberta de neblina minha cidade
silêncio de folhas bananeira secando à beira da estrada
nuvem de mosquitos o ar se move vento nenhum
primeiro vagalume assim começa o fim do ano
lesma no vidro procura uma sombra que seja ela mesma
meio dia dormem ao sol menino e melancias
"Que importa o sentido se tudo vibra?"
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