Não há homem que tenha espírito suficiente para não ser nunca enfadonho.
Em geral, a lei é a razão humana, na medida em que governa todos os povos da terra.
A probidade, que impede os espíritos medíocres de atingir os seus fins, é mais uma forma, para os astutos, de conseguirem o que querem.
Não haveria História mais insípida e insignificante que a dos homens, se todos tivessem juízo.
A maledicência é uma ocupação e lenitivo para os descontentes.
As paixões são como os vidros de graus, que alteram para mais ou para menos a grandeza e volume dos objectos.
Não poder suportar todos os maus carácteres de que a sociedade está cheia não revela bom carácter: e isso é indispensável no comércio das peças de ouro e da moeda.
As virtudes se harmonizam, os vícios discordam sempre entre si.
O espírito vive de ficções, como o corpo se nutre de alimentos.
A glória é um luto ostentoso da felicidade.
O velho calcula muito, executa pouco: a mocidade é mais executiva que deliberativa.
Adular os tolos é um meio ordinário de os desfrutar; os velhacos empregam-no eficazmente.
Para bem conhecer os homens, é necessário primeiramente vê-los e praticá-los de perto, e depois estudá-los e meditá-los de longe.
Em tese geral não há homem feliz sem mérito, nem desgraçado sem culpa.
Os pobres divertem-se com pouco dinheiro, os ricos enojam-se com muita despesa.
O sábio que não fala nem escreve é pior que o avarento que não despende.
O aborrecimento é uma doença de que o trabalho é o remédio; o prazer não passa de um paliativo.
Todos os grandes homens apenas agem e escrevem para desenvolver duas ou três ideias.
A mocidade expande-se para conhecer o mundo e os homens, a velhice contrai-se por havê-los conhecido.
Um grande mérito força o respeito, e afugenta a adulação.
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