Não digo que esqueci,e nem mesmo que... Caroline Pessôa
Não digo que esqueci,e nem mesmo que tratei de limpar a bagunça que você me causou.Porque ainda que os dias se passem para todos ensolarados,você levou consigo a paisagem mais bonita,o brilho mais intenso,o do seus olhos.Aqueles mesmos que iluminavam o meu quarto,a minha sala,meu coração.Consigo você retirou coisas boas,me fez crescer,levou só para si na lembrança aquela menina de que nem mesma eu me recordo.Aquela que um dia acreditou ser realmente uma princesa,aquela que sonhava com o tão esperado beijo verdadeiro.E é verdade,existem declaradamente beijos,e ''beijos''.A sua chegada me fez ressuscitar e a sua partida me fez morrer lentamente,até me extinguir por completo dentro de mim mesma.Como uma prisão sem grades,um espinho que causa ferimentos completamente invisíveis porém irreversíveis.A noite na cama,eu me mexo daqui e de lá.Mas eu só queria decifrar,o que você levou,pois sei que desde então algo em mim se deteriorou,que voltei a vida porém não a mesma de antes.Sou o mesmo corpo,os mesmos olhos,arrisco dizer que até o mesmo sorriso.Porém alguma essência foi levada de mim,como se minha alma pudesse ser trocada,será? Talvez seria a única explicação,incoerente,porém já é alguma explicação.Vou viver,sorrir,cultivar amigos por onde passar,e amar com toda a força e fervor.Vou querer amar.Mas aquele sentimento incontrolável e incontido só foi a ti pertencido,e ainda espero recuperar essa essência com o passar dos anos.Esse corte foi se tornando aos poucos como um rabisco na parede que aos poucos vai desaparecendo,mas sempre quando voltamos podemos ver os resquícios do que um dia foi um lindo desenho.Assim mesmo como nossa história,como foi nosso amor,pois é eu disse certo ? Como foi...? Ou ainda é,e ainda que pareça distante corro o risco de pensar que quem sabe um dia será novamente e com toda força.Mas então recobro a lucidez e volto a viver assim normalmente sem esperanças de recuperar minha alma.Até que dá para dar um sorrisos aqui de prache.Pois bem até que consigo viver sem te ter. (sobreviver)