Acho que nunca mais irei olhar-los da... Mariana Rodrigues

Acho que nunca mais irei olhar-los da mesma forma, me senti estranha em compreender coisas que pareciam incompreensivas. Não sei como me sentia, sei que não estava bem, não totalmente pelas passagens tão rápidas, por tudo, tudo que pensei ser e não foi, e nem será. Pela decepção que senti de um ‘cara’ que eu já sabia que ia me decepcionar. Por ‘ele’ ter vindo tão cheio de graça me tirar da mesmice, de toda aquela chatice que em mim habitava, parecia como nunca me aturar, e mesmo que eu dissesse e repetisse pra ele e pra mim mesma que aquilo lá não era nada muito serio, acabei me jogando no mar das ilusões entre poucos dias, imaginando algo gostoso de se viver, de se sentir. Ele passou a mudar, coisa de instantes, dias, e não doía, mas incomodava saber o que iria acontecer, mesmo que ele negasse pra si mesmo, eu sabia antes dele que entre a distancia entre nós dois, mútua, incomoda, e incomum, ela iria aparecer, e apareceu o levou sem que tivesse tempo para me explicar me abraçar e dizer você me entende não é ? E mesmo que ele tenha ido sem ter feito o que eu esperava, o entendi, deixei ir, não resisti, não briguei, não chorei, não o implorei pra que ele ficasse, vi que seria o melhor pra ele ou o certo, não sei na verdade o porquê, só deixei. E aí vem do nada ‘aquele’ me oferecer aventura e romance, as palavras firmes dele me passava segurança, e por mais que eu achasse todos e quaisquer argumentos para dizê-lo, ele conseguia mostrar que os meus argumentos não serviam de nada entre nós dois, e então minhas pernas inquietas descontrolaram-se a bater rapidamente e sem força no chão, sem fazer barulho, minhas mãos viraram água uma espécie de distonia descontrolada, e meu riso, foi saindo de mim inseguro, tenso, sem que eu quisesse até. Não demorou muito para que todos aqueles sintomas que a tanto tempo eu havia deixado de sentir se entrelaçasse em um beijo, e aí eu perdesse todos e qualquer argumentos que eu pensara ter. Resolvi de novo dizer pra mim, calma, não se envolva, não se envolva. Fiquei boba em lembrar em como chegamos ali, fiquei boba em sentir aqueles sintomas de menina boba. Mas não demorou muito para que as coisas começasse a tomar um rumo diferente do qual eu não havia imaginado, mas que em um certo momento eu já sabia tudo o que estava acontecendo sem que ele precisasse me dizer. ‘Aquele’ também estava tentando me explicar que precisava ir, e eu ? Eu entendi, de certa forma apoiei, senti angustia, mas fiquei feliz, nós sabíamos que o que tivemos foi uma certa brincadeira, apesar de pensar em mais. E se há um amor a espera dele, eu não poderia de forma, de jeito, de modo algum deixá-lo preso a mim, por apenas um capricho. As coisas não andam fácil, não por eles apenas, por todos outros e vários problemas freqüentes e que ainda não se resolveram, estão se acumulando aqui. Mas eu entreguei nas mãos de Deus a minha vida e ele resolverá, não quero pensar em problemas, insatisfações, não quero aquela dor que doía com aquele ‘cara’ mais, estou aliviada por não senti-la, não quero sentir angustia de vê ‘ele’ ou ‘aquele’ indo, como se eu fosse só ponte de passagem, estrutura mal encaminhada para que eles chegassem onde deviam. Parei com isso tudo, e resolvi pensar mais ainda antes de torna real os meus delírios, sou mulher e não criança, brinco de vida e não mais de boneca.