Terceira Guerra Mundial: Razão vs... Mariana Souza

Terceira Guerra Mundial: Razão vs Coração

Hoje, fiquei, aproximadamente, três minutos deitada, após o término de uma comédia romântica que assisti com minha mãe.
Não sabia ao certo o motivo, mas havia um choro entalado em minha garganta.
Um tipo de grito implorando para ser arremeçado para fora da minha boca.
Engoli minha saliva, na esperança de mandá-lo embora.
- Falha tentativa. -
Prevendo o choro, me levantei do sofá e me direcionei ao banheiro.
Respirei fundo, procurando o motivo desse meu estado.
Sem respostas, achei que fosse enlouquecer.
Mas consegui conter as lágrimas.
Caminhei até meu quarto e sentei em frente ao meu computador.
Como de costume, coloquei uma música triste para combinar com meu estado de espírito.
- Odeio essa minha mania, mas não consigo deixá-la. -
Abri meu bloco de notas e vi como se eu mesma estivesse me perguntando: O que está acontecendo?
- Nessa hora, vi um Titanic em cada um de meus olhos. Brigando contra um tsunami de lembranças, lutavam para permanecer inteiros.
Por pouco, ambos sobreviveram à primeira tempestade. -
Eu comecei a escrever, mas não me entreguei totalmente à “folha em branco”.
De uma forma confusa, fui explicando alguns fatos que haviam acontecido, mas o texto em si, não fazia sentido algum.
Na verdade, eu não sabia o que estava acontecendo, nem sabia o que estava sentindo.
Sabia o que queria para mim e sabia o que não podia querer.
Uma provável luta entre razão e coração, talvez.
Procurei na razão, motivos para não querer pensar no que meu coração queria que eu colocasse para fora.
Achei defeitos, erros, mentiras, brigas… Enfim, inúmeros motivos para não querer dar ouvido ao meu coração.
Desliguei o computador e me deitei em minha cama.
Senti os barcos em meus olhos, se partindo de fora à fora e afundando ao mesmo tempo em que eu afogava meu rosto no travesseiro.
Única coisa que eu dizia em um baixo tom para apenas eu mesma ouvir, era: “Por quê? Por quê?”
Para não correr risco da minha mãe ir até meu quarto e me flagar em lágrimas, eu continuei a pensar nos motivos que a razão me proporcionava e comecei a sentir raiva.
O choro cessou sem que eu pudesse notar seu final, e adormeci sem perceber.
Destino ou seja lá o que for, eu sonhei com você.
- Sua imagem bem nítida, me permitiu captar o brilho no canto direito do seu sorriso e a imagem do meu rosto que refletia em seus olhos.
Sem dizer nada, se aproximou e tocou minha mão.
Eu pude sentir a maciez da sua pele quando houve o contato entre nossas mãos.
Antes de entrelaçar seus dedos entre os meus, alisou a palma da minha mão.
Então, ergueu meu braço lentamente e desentrelaçou seus dedos dos meus, logo, repousou minha mão sobre seu seio esquerdo.
Parecíamos uma só pessoa.
Um só ritmo para ambos batimentos cardíacos.
E, com barulhos em meu quarto, acordei.
Para a minha surpresa: Eu estava sorrindo.