A casa que chora o céu que fala, o... Giulia Staar
A casa que chora o céu que fala, o quarto vazio, a menina que caminha, sol que não brilha mais. As mentes que não sabem pensar os corações que esquecem de bater, os olhos que nunca querem se abrir à porta que se fecha, à gaveta trancada, a luz escura, as borboletas que desaparecidas, o pássaro que sabe voar, mas nunca encontra o céu. O pincel que não sabe pintar. Livros em branco, álbuns sem fotos, uma rosa sem fragrância, o policial sem autoridade, os carros sem velocidade. A vida sem as escolhas os erros sem as soluções. As palavras e os gestos confusos, olhos com lagrimas, o coração com lagrimas, a vida como um mar mas não a peixes, apenas as iscas. O destino como o fogo que arde e queima, as plantas que ouvem, a arma que funciona, os seres que sofrem, o hospital cheio, as ruas solitárias, o inferno movimentado, o rosto bem maquiado, a musica que tem visões, as lembranças felizes, a caneta que escreve mas não apaga, os momentos que duram mas não voltam, o recomeço que nunca se inicia.
O homem que determina e elimina. A vida que morre em segundos, a chuva que não molha, mas deixa sempre sua marca, o antídoto a cura. Os cegos que vêem mais do que aqueles que podem enxergar. As expressões de dor, os passos, duros, maxilar trancado, o preto escuro, o verde escuro o branco escuro. Aquele homem que não existe mas que é desejado. A estrada comprida, as arvores que sentem frio, o balanço da adrenalina, o senhor que patina, o gelo que derrete sem calor, aquele sempre dorme mas nunca fechou os olhos. Mãos que tremem,palavra que mata gesto que desarma, dor que se guarda, a angustia merecida, os números sem ordem, as letras sem sentindo, o idiota nunca falado, os gestos nunca mostrados. O herói que esquece de salvar o vilão que insiste em matar. Pessoas que são surdas, mas tem ouvidos aguçados. O ontem nunca esquecido o amanhã temido, o pai que nunca teve filhos, o numero um que sempre o ultimo, o pobre que é rico, o rico que é pobre. O mundo que gira o mundo que tem tempo, mas nunca muda.