Meu céu sem vida Como esquecer o que... Pâmella Ferracini
Meu céu sem vida
Como esquecer o que não sai do coração, e da mente. Não sei de vivo ou apenas caminho. Não sinto meus olhos, não suporto meus pés. Não mando em mim, não me sustento. Choro, sei que choro. Vago em noites sozinhas, a procura da felicidade perdida. A sinto, mas, não sei se terei mais. Queria voltar ao passado, mas, perdi a senha.
A dor me consome, me mato a cada dia. Acordo com a certeza que perdi, perdi o tempo, perdi a vida. Não ganhei outra chance, pois ainda não acordei de verdade. Sinto-me como um pássaro que machucou sua asa. Tenho vontade de voar, ao longe posso ver a direção, mas, falta-me forças para seguir.
Sei o que quero, sei que posso alcançar, porém, sou incapaz de lutar. Talvez não mereça “ter”, sou desprovida de ar, apenas acumulo dias, em uma vasta ilusão dos meus sonhos. Queria mudar-me, queria levantar-me, queria eu, queria, queria... apenas queria mudar.
Mas, cavo minha própria sepultura com sonho de chuva. Derramo estrelas roubadas de uma noite acordada. Durante a madrugada que jamais esquecerei, da noite do meu fim, do dia que perdi a minha base, a minha metade da minha vida. Que até hoje não sei como seguir em frente, pois, a frente só vejo um céu sem vida.
As flores mudaram, o sol não brilha, meu coração pulsa implorando por vida. Vida essa perdida a cada dia. Eu grito, e ninguém me ouvi. Sufoco meu próprio pedido de ajuda, afogado na agonia, alagado na mentira de uma vida não vivida, apenas escrita.
Tenho medo da despedida, tenho medo da minha fantasia. Não quero ser só mais uma pintura, de uma face linda, que oculta a verdade e mostra uma mentira, capaz de enganar o próprio choro ao início de um sorriso.
Parar, preciso parar e acordar, como? Não sei, não consigo, quero, mas, não consigo. Chegara um dia que vou mudar, vou cria um novo amanhecer. Não sei quando, mas, sei que não será hoje, nem agora. Preciso acordar,
mas quando, quando, quando...