Hoje eu me sento na janela, sozinho,... Paulo Genro Fh.
Hoje eu me sento na janela, sozinho, acendo um cigarro, pego meu copo de uísque e passo horas e horas admirando tudo aquilo que vivi. Lembranças tão boas que felizmente não se perderam, mas que infelizmente se tornaram lembranças, nada mais do que isso. Doces momentos da vida, momentos que passaram pra nunca mais voltar. Pessoas que foram embora, e algumas que estão por ir. Logo, o que sou será lembrança, e o que acontece nesse momento também, porém, não sei se tudo se transformará em boas lembranças.
As horas passam, mais um cigarro, e agora começa e chover. A solidão é minha companheira, o brilho da chuva me traz mais e mais lembranças, meu coração se enche de saudade, a procura de respostas às perguntas que só o tempo irá responder, às perguntas que só o tempo ainda poderá fazer. São porquês inexplicáveis, falhas na memória, que não me permitem lembrar como foi que consegui chegar até aqui, na solidão.
Dizem que o inconsciente humano bloqueia a memória, naqueles momentos que nos trarão, no futuro, más recordações. Será que meu inconsciente bloqueou também todo o caminho que trilhei pra estar aqui, agora? Eu queria ao menos saber o que me tornou vazio, o que me faz viver de lembranças, apenas. Acho que essa é mais uma das muitas respostas que só virão com o tempo. Esperar, é o que se tem a fazer.