Se sentou no batente da varanda, pegou o... Carolline Milici
Se sentou no batente da varanda, pegou o velho violão sem corda que nem ao menos sabia tocar. Ficou ali. Só observando, vendo uns vindos, outros partindo. Percebeu que em algum momento o caminho daquelas pessoas se cruzavam, mas depois seguiam direções opostas. Cansou de vê-las se encontrando, mas indo embora do mesmo jeito. Olhou para o céu. Aquele sim era calmo, não tinha pressa, nem sabia o que significava “tempo”. Criou na sua mente a ideia de que se todos fossem como o céu, ninguém precisaria partir. Ela precisava de um tempo de tudo aquilo, da cidade, dos barulhos, das pessoas. Se perguntava “se todos têm que partir cedo, porque chegam na sua vida mesmo assim?” Se lembrou. Ela odiava partidas.