Arrumar as malas nem sempre é só abrir... Júlia Graziela
Arrumar as malas nem sempre é só abrir uma grande bolsa de zíper e rodinhas e jogar dentro todas as coisas que você pode precisar por um tempo. Dessa vez, arrumar as malas é desligar o mundo aqui e ligar o mundo lá. O primeiro desafio é arrumar as malas para agüentar um calor de 37° e um frio de 17°. Tudo isso sem levar muita coisa. Com certeza vou acabar sentindo falta de muitas coisas que não pude levar na mala. Talvez seja melhor assim. Talvez tudo isso não passe de uma oportunidade pra sentir saudade e solidão. E de aprender a dar valor aos momentos completamente opostos dos que estão por vir. Eu busco agora a melhor forma de me conhecer e até mesmo de testar meus limites. O princípio de tudo é saber o dia de voltar e não ter, pela primeira vez, a menor noção de como vai ser o caminho. Espero voltar diferente e encontrar por aqui tudo como deixei. A poesia de arrumar as malas vai ser carregar minhas escolhas num embrulho roxo por aí. Optar por não levar um pijama velho e confortável e levar mais roupas coloridas pro verão. Deixar de levar o iPod. E no lugar dele, ter certeza que coloquei na mala dois bons livros. Talvez eu leve as músicas e os livros. Aumentar o número de pilhas. Minha câmera vai trazer comigo todas as melhores memórias que eu puder juntar pra contar histórias. Por fim, antes de fechar a mala, devo conferir se coloquei dentro dela amigos, risadas, felicidade e muita disposição. Além de um kit pra todas as dores que eu posso ter até lá. E que isso possa mudar meu mundo.