Eles, eles não davam muito certo por... Mariana Rodrigues
Eles, eles não davam muito certo por serem diferentes demais. Ou melhor dizendo por serem iguais demais, exatamente as mesmas propriedades impiedosas, que avia nela, aviam nele. E bom, conviver com si costuma ser embaraçoso, imagine com ‘dois de si’. Ela era daquele tipo orgulhosa sabe ? Chata de você olhar e abominar, uma carinha de metida, enjoada. Era impulsiva, descontrolada, ela queria tudo e queria agora. Ele era o tipo orgulho ao extremo, chato de olhar e abominar, era metido, e isso não tinha como negar, enjoado, abusado, tinha ate um Q de ousado. Ela achava que tava certa em tudo, ele achava que ela estava errada em tudo, ele queria mandar, ela queria sempre comandar. Mas querendo ou não a ordem é uma só, em um barco não se pode ter dois capitães, a não ser que eles tenham sintonia e compreensão suficiente, pra jogar o barco pro mesmo lado, caso contrario como na historia deles, cada qual vai querer puxar para o lado que acham certo. Mas ai dizem que o amor fala mais alto ! Dizem que agente muda por um lado, muda por aprender, por perder, por perceber que precisamos. Então agente aprende a se unir com o outro comandante, a tomar as decisões pensadas em dupla, a pensar no outro antes até de si mesmo, a pensar no outro e no que ele quer. Aprenderam então que o orgulho, não iam levá-los a nada, só faria o barco afundar de vez, definitivamente eles aprenderam ou estão aprendendo que dois bicudos não se beijam, e que as vezes agente precisa admitir que esta errado, precisa chegar, se abrir, falar, declarar-se como se fosse sempre a primeira, ou quem sabe a ultima vez de nossas vidas. Aprendendo a levar esse barco pro lado certo, em um comando bonito, duplo. Aprendendo a levar esse barco pro lado a favor dos dois, ou seja para frente. Afundar será bem mais complicado com dois cérebros, opiniões e corações, mesmo que as vezes o vento e o mar não estejam a favor deles, continuam lá, firmes e fortes, remando.