Ele bate na porta. Ela atende. Ele: Eu... Twoany R
Ele bate na porta.
Ela atende.
Ele: Eu sei que fiz muito errado em vir até aqui, mas só me escuta. Pode fechar a porta na minha cara depois, me bater ou me xingar. Mas gora só peço que me escute, pois ando falando sozinho todos os dias, ando falando com a parede e imaginando você, porque tudo que sinto aqui dentro não aguenta mais ficar preso. Esta doendo tanto que me pergunto se dói em você também. Talvez não — sei que não. Enfim… Minha dor, ela que me trouxe aqui, se é isso que você esta querendo saber. Trouxe-me para dizer-te que ainda me lembro de tudo que passamos, de todas as risadas, de todas as brigas, de todas as vezes que você roubava a minha camisa ou dormia com meu casaco, se lembra? Lembro-me de que seu cheiro insistia em grudar nele. A vontade que tinha era de não lava-lo nunca mais. Eu sinto falta, sabia? Sinto muito falta. Desde que se foi… Eu sei que não disse nada, sei que nem se quer te impedi de ires embora… Sei que fui burro e tolo, pois devia ter te puxado pelo braço e ter dito que não queria o nosso fim. […] Hoje vivemos tão separados, que quando passas por mim sou obrigado a fingir que não a vejo. Tenho vergonha de que me rejeites. Mas agora eu estou aqui, fiz questão de jogar fora toda a minha vergonha e por mais que eu esteja tremendo, é de medo. Medo de que não me entenda. Enfim meu amor, sei que enrolei, mas só quero te dizer que ainda te amo. Que por mais que tenhamos vivido um ‘eu’ e ‘você’ separados, eu ainda penso em um ‘nós’. Ainda penso em sermos um ‘nós’ de novo. E se ainda esta me escutando quero pedir-te uma coisa: Volta pra mim? Sei que isto é totalmente louco, mas minha pequena, quando penso em você perco toda minha sanidade. Volta pra mim?
Ela o beija. Respondendo da forma mais simples que o quer de volta.