Chega uma hora em que forçar que se... Jéssica Ferreira.
Chega uma hora em que forçar que se realize a você uma trilha de sonhos sem mover teus passos não funciona mais. E, que o desespero pelo vazio, é só um aviso de que chegou à hora de deixar empecilhos para trás. Chega uma hora em que olhar para dentro de ti e não se encontrar em tua alma é o desboque do que a mesma deixou de almejar. Mas, apenas, por você não permiti-la passear por ti para se encontrar. Chega uma hora que vira rotina os ensejos de uma melancolia que te acompanha nos dias de chuva e leva um pouco desse teu sentimento que aos poucos anda perdendo teu sabor. Chega uma hora que tudo se repassa se refaz, mas nunca muda. Passa por ti e tu continuas parado sem saber o que fazer… Sem ao menos perceber. Chega uma hora em que tudo se escurece na avenida de sonhos doces que tu criaste apenas em tua cabeça. Chega uma hora em que tu vais ter que escolher entre a vírgula e o ponto final, por mais que doa. Porque a reticências, só traz a incerteza do que pode acontecer. Submergir-te, você mesmo… Por coisas em que tu não desapegas, e se prende a um poço sem fim, que corta tuas asas e não te deixa se libertar. Chega uma hora em que tu te enxergas numa neblina, à beira-mar… Mas onde o mar, não se reflete mais no que parecia ser tão amplo por teus segredos, que te enchiam de esperanças renovadas na água bela de teu ego. Ele seca como você se deixou secar e torna-se frio. Tudo passa a virar uma ruína que se desmoraliza em ti. Tudo se torna tão pesado, que nem sentes mais. Chega uma hora que tua essência se desbota. Mas dessa vez, não por besteira de um desamor ou algo assim. Chegaram os tempos de se renovar. Trocar essas tuas vestes por algo que lhe traga a paz, que se não encontrada dentro de você, não se enxerga mais em nenhum lugar. Faça de uma pequena e insignificante alma que não se encontrava em teu lugar, uma cidade de novos sabores, com deliciosas gotas do amor que renascerá em você. Finalmente, chega uma hora em que tu tens que aquarelar e pôr tuas cores de teu quadro a dançar. Chega uma hora que precisas despertar todo o sentimento que há em você, e deixá-los perdurar pelo ar como se nunca houvesse fim. Chega uma hora que o chiclê se torna maneiro por não ser maneiro e, tuas vontades, teus desejos, e teus sonhos, tornam-se apenas a borboleta que resplandecerá em você para que continue a caminhar feliz por aí. Só que é difícil, pois, é complexo demais fazer as palavras voarem do papel e torna-se apenas o necessário para que funcione a ti. Chega uma hora que tudo depende de você para que possas viver nas entrelinhas que escreves. Pois o que há de oculto é tão grande, tão incrível, que não te permites enxergar. Porque chega uma hora que o pincel que tu usaste há tanto tempo, passa a envelhecer. Sejas como for, passe o pincel branco em tudo que lhe parecer adormecido. Traga a essa tua vida um pouco de aquarela, que mesmo quando morre se refaz na paisagem que tu és capaz de recriar. Reinvente-se!