Ela seguiu em frente; na verdade, fizera... Erika Rodrigues
Ela seguiu em frente; na verdade, fizera uma tentativa em vão. Sabia que nenhum rapaz seria bom o bastante para ocupar o lugar que ele deixara vazio. Mas ela tentava. Tentava porque a dor lhe parecia opcional quando surgiam chances de curá-la... E mesmo que ela tivesse plena convicção de que sempre lhe restariam vestígios do amor que nunca acabaria, preferia tentar ser feliz a deixar que sua angústia a fizesse de prisioneira. Acontece que a dor doía mais e mais toda vez que ela procurava em outro aquilo que só encontraria nele. Como se pode esquecer algo que faz parte de você? Era o que ela se perguntava todos os dias. Mas, apesar da dor que doía dia após dia, noite após noite, ela nunca desistiria. Sabia que pior do que sofrer seria se entregar a esse sofrimento. E ela foi tapando os buracos. Remendando aqui, remendando ali... Mas sempre ficava um espaço aberto que não aceitava nenhum remendo, por mais que ela tentasse e re-tentasse tapá-lo. Esse buraco só seria totalmente coberto por quem o criou, e ela sabia muito bem disso, assim como sabia que esse alguém não viria fazer o serviço. Suspiros e suspiros... Além de estar toda doída, ela se sentia ofendida por saber que sempre teria um espaço oco em seu coração.