Tornamo-nos efetivamente tolerantes e... Flávio Gikovate
Tornamo-nos efetivamente tolerantes e entendemos o que significa respeito humano justamente quando aceitamos, de modo definitivo, sem dor e até com crescente sensação de alegria, que somos todos diferentes e que, lógico, viveremos de forma menos padronizada. Trata-se de um grande privilégio, uma conquista resultante dos avanços que temos podido fazer tanto nas áreas da ciência e da tecnologia como na do autoconhecimento. Não tem o menor cabimento sequer fazermos levianas avaliações de ordem moral pela análise das diferenças. Refiro-me ao fato, usual ao longo dos anos que já passaram, de considerarmos "mau-caráter" aquele que não pensa como nós (...). A análise de qualquer tipo de diferença entre as pessoas tem de ser feita com o máximo critério e com a consciência de que tendemos ao erro por sermos naturais - e indevidos - defensores de nosso ponto de vista; isso deveria nos levar a uma postura de desconfiança em relação aos julgamentos que fazemos daqueles que não pensam como nós.
Outro desdobramento derivado da consciência e alegre aceitação das diferenças que nos distinguem de nossos semelhantes é que não teremos nenhuma informação útil nem vantagem alguma se continuarmos a nos comparar uns com os outros. Se somos todos diferentes, SOMOS ÚNICOS (...)