Para ser feliz, de verdade, ninguém... Clara Furtado
Para ser feliz, de verdade, ninguém precisa necessariamente de roupas caras, conta gorda, carro importado, amigos bajuladores (falsos), jóias pesadas, perfumes de mini frascos, casas exageradas, iates luxuosos, restaurantes caros com pratos minúsculos, risos falsos ou todas as 'grandes coisas'.
Para ser feliz, de verdade, se consegue mesmo com as roupas mais simples, mas cheias de humildade por baixo delas, com dinheiro o suficiente para honrar os seus compromissos com dignidade e ainda sobrar uma grana para uma rodada da bebida preferida com os amigos do lado esquerdo, com um carrinho velho, mas pago e cheio de boas histórias para contar, com amigos do lado que você realmente pode contar, tendo no dedo, mesmo que como única joia, um de dois anéis de um casal realmente apaixonado, usando o perfume que você gosta e chamar atenção do mesmo jeito, só pelo resultado da mistura da fragrância e do suor de gente honesto ter sido perfeita, ter barquinho para pescar, casinha para morar, geladeira cheira e prato farto, conviver com boas e sinceras gargalhadas e ter todos os grandes detalhes da vida que são o que, no final das contas, fazem a diferença.
Não é que o dinheiro seja a pior coisa do mundo. Neste mundo, ele é moeda e necessário para facilitar a vida e se o tivermos em abundância, não é uma coisa ruim, mas o importante é entender que o que traz felicidade, realmente, não é esse tipo de abundância, é a forma como a vida é encarada e vivida, como os valores são impressos nessa mesma vida. Até pode-se ser feliz com muito dinheiro, mas é com pequenas coisas e detalhes verdadeiros e carregados de Deus que o coração pode ficar cheio e pleno. Gente rica tem mais possibilidade de ficar vazia, pela presença exagerada das grandes coisas e ausência dos detalhes.