O pode da paciência Apertamos o botão... Wenner Áli

O pode da paciência

Apertamos o botão para chamar o elevador inúmeras vezes, como se com isso falássemos para ele: “ande depressa estou atrasado.”
Buscamos um trabalho de sucesso, dinheiro, fazemos cursos para ocupar uma boa posição no trabalho e perante os olhos da sociedade e isso tudo pensando em uma boa aposentadoria, em comodidade na velhice...
Será que isso realmente é necessário? Esquecemos de investir na principal empresa, em adquirir o sucesso absoluto, de conquistar o que o dinheiro não pode pagar, de aposentar todos os dias, de especializarmos no maior e melhor curso, esquecemos de olhar para dentro de NÓS e descobrir que a maior riqueza e o melhor descanso estão em nosso coração, no sopro da vida que vem através de uma harmonia inexplicável e se vai de uma maneira que para muitos é a eternidade, mais na verdade só iremos descobrir quando chegar o nosso tempo e mesmo assim essa verdade não será compartilhada.
Estamos no século da inovação, avanço tecnológico, internet, mas estamos ficando cada vez mais ultrapassados, esquecemos que a tecnologia avança e nós retrocedemos e ficamos cada vez mais impacientes com nossas dúvidas e perguntas. Sofremos por antecipação e esquecemo-nos de viver cada instante, buscar o conhecimento através de livros onde tínhamos que aprender a cada pagina ficou completamente ultrapassado, as bibliotecas tem perdido espaço para as Lan House. E os seres humanos perdidos espaço para conversas virtuais, onde podemos criar uma pessoa de acordo com que a outra deseja ou de acordo como gostaríamos de ser, não dividimos emoções, aprendemos a dividir a mesma noite diante um computador, mas não aprendemos apreciar as estrelas enquanto nos abraçamos. A falta de paciência tem crescido diante desses fatores, não conseguimos esperar pela pessoa amada em uma praça, ficou ultrapassado e geralmente dizemos: “Fica difícil ir até lá”, ou “Não temos tempo”, “Melhor no shopping”!
Ahh! O consumismo... Mundo do capitalismo, estamos permitindo que a mídia e os veículos de comunicação manipulem nossas vidas e escolhas. Afinal muito mais fácil encontrar no Messenger no conforto do quarto, ligamos a webcam e pronto, não estudamos em grupo, estamos ficando individualistas, e aceitar uma opinião contrária a nossa é motivo de afrontamento, já que possuímos um computador que diz “SIM” para tudo que desejamos fazer, não caminhamos até uma biblioteca... E “Ler o livro todo?” É o que falamos. “Procuro no Google”. Não trocamos risadas, teclamos um monte de kkkkkkkk e isso resume o que sentimos, mas não transmite nossa emoção.
Muitas vezes estamos com a cara fechada e não achamos graça e mesmo assim enviamos uma emoção mentirosa.
Estamos ficando ultrapassados porque cada dia mais dependemos dessa sociedade que exige pessoas máquinas, esquecemos de pensar que ser uma pessoa evoluída é ser uma pessoa sem dependência, e me diz uma coisa; Estamos todos viciados na internet, televisão, e veículos de comunicação que dizem: “Compre”, “Compre, para ser feliz”, “Precisa ter o corpo assim”, “Este é o carro para você”, “Seja assim, agora seja desse jeito”, “Compre essa roupa”, “Emagreça, agora engorde”... Como assim? Não existe padrão de beleza e muito menos um Padrão de Felicidade... Vejo as pessoas almoçando com o notebook do lado, e agora até o celular conectado, perdemos o prazer de almoçar e saborear a comida, até os relacionamentos hoje começa pela internet e termina pela internet, e o respeito? Manda uma mensagem e acabou? Até pão compramos pela internet, até a caminhada para padaria acabou, e locar um filme? Lembro que domingo era lotado, agora baixamos o filme..Que loucura!!! Mas não pense que “eu” também não estou infectado pela mundo virtual, acredito que quase todos estão. Precisamos sim estar por dentro do avanço tecnológico, mas sem perder os valores, sem deixar de escrever uma carta e enviar. Ser uma pessoa com resiliência e altruísta. E saber chorar, sorrir, amar, emocionar, perder e ganhar. Esqueça o elevador, deixe ele fazer o trabalho dele no tempo que ele foi feito para fazer, você não é uma máquina e independe de uma programação, faça você seu tempo, não permita viver como um elevador, ou então viverá entre altos e baixos por toda a vida.